Dois ataques no Paquistão fazem pelo menos 25 mortos
Os ataques ocorreram com diferença de poucas horas em locais opostos do país. Em Karachi, cidade portuária a sul, e em Kavala, a noroeste do País, pelo menos 25 pessoas perderam a vida em ataques de origem terrorista.
Em Karachi, o alvo foi o consulado chinês. "Três ou quatro homens armados entraram no consulado chinês e quando foram intercetados começaram a disparar sobre a polícia que protegia o complexo", disse à agência Efe o porta-voz da polícia, Mohamed Ishfaq.
A televisão local emitiu imagens de fumo a sair do complexo consular, que também é residência de diplomatas e outros funcionários chineses. Segundo a BBC, dois polícias foram mortos, tal como três atacantes. O ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês informou que os funcionários do consulado chinês se encontram bem e seguros.
O Exército de Libertação do Baluchistão (ALB), já reivindicou o ataque, de acordo com a agência France-Presse (AFP). "Lideramos o ataque e a nossa ação continua", disse ao telefone o porta-voz do movimento separatista, Geand Baloch. "Vemos os chineses como opressores, bem como as forças paquistanesas", afirmou.
O ALB é um dos grupos que operam no Baluchistão, uma província que é palco de ataques de grupos armados islâmicos, mas também de ataques de rebeldes locais que defendem a autonomia ou até a independência da região.
O Baluchistão é a maior, mas também a mais pobre província do Paquistão, apesar dos vastos depósitos minerais e de gás. E está no centro de um ambicioso projeto chinês na região.
A China, um dos aliados mais próximos do Paquistão, investiu mais de mil milhões de dólares no Corredor Económico China-Paquistão (CPEC). Muitas infraestruturas, rodovias, centrais elétricas e hospitais devem ser construídos neste contexto, além de um porto em Gwadar, no Baluquistão, que dará acesso direto dos produtos chineses ao mar arábico.
Karachi, a maior cidade do Paquistão, com mais de 15 milhões de habitantes, viveu anos de violência política, sectária ou étnica perpetrada por grupos armados ou criminosos.
Pelo menos 20 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas numa explosão num mercado em Kalaya, no noroeste do Paquistão, no segundo ataque do dia no país.
Tahir Ali, responsável da polícia local, disse à agência Associated Press que a tragédia levou as autoridades a declarar emergência nos hospitais da região para lidar com a situação.
Por sua vez, em declarações à agência Efe, o porta-voz da administração da região, Mohamed Bilal, disse que o mercado estava lotado quando ocorreu a explosão, cerca das 10:00 locais (05:00 em Lisboa).
"Foi um ataque terrorista, mas não está claro se foi um dispositivo explosivo improvisado ou um homem-bomba", acrescentou.
A região de Orakzai, onde fica Kalaya, tem sido palco de vários ataques nos últimos anos, a maioria reivindicada por militantes sunitas paquistaneses.