Papa mantém viagem ao Egito após atentados contra igrejas coptas

"O que aconteceu provoca confusão e um grande sofrimento, mas não pode impedir o desenvolvimento da missão de paz do papa", disse o número três do Vaticano
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O papa mantém a sua viagem ao Egito, prevista para o final deste mês, após os atentados, no domingo, contra duas igrejas coptas, que mataram 44 pessoas, disse o número três do Vaticano, numa entrevista publicada hoje.

"Não há qualquer dúvida de que o santo padre manterá a sua intenção de ir ao Egito" nos dias 28 e 29 de abril, afirmou Angelo Becciu, número três do Vaticano, numa entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.

"O que aconteceu provoca confusão e um grande sofrimento, mas não pode impedir o desenvolvimento da missão de paz do papa", acrescentou, a propósito da viagem, cujo tema é "o papa da paz no Egito da paz".

Os dois atentados constituem "um ataque ao diálogo, à paz" e também "uma mensagem indireta a quem governa o país contra uma minoria cristã que encontrou alguma liberdade nos últimos tempos", considerou Becciu, que também irá ao Egito no fim do mês.

"O Egito garantiu-nos que tudo correrá pelo melhor, por isso vamos confiantes", acrescentou, a propósito dos riscos para a segurança de Francisco na visita, durante o qual o Egito vai declarar estado de emergência.

O papa, acrescentou, recursou sempre associar o islão ao terrorismo.

"E isso valeu-lhe o reconhecimento dos muçulmanos, pela honestidade das suas posições", comentou.

O papa Francisco reagiu no domingo ao duplo atentado, quando celebrava a missa de Domingo de Ramos na praça de São Pedro, em Roma.

O líder católico pediu uma oração pelas vítimas e exprimiu as suas condolências ao papa copta ortodoxo, Tawadros II, à igreja copta e a toda a nação egípcia.

"Que o Senhor converta os corações daqueles que semeiam o terror, a violência e a morte e também o coração daqueles que fabricam e fazem comércio com as armas", concluiu o papa argentino.

O papa Francisco deverá deslocar-se à capital do Egito, Cairo, para dialogar com o grande imã da mesquita de Al-Azhar, xeque Ahmed al-Tayeb, um dos principais representantes do islão sunita.

O Estado Islâmico reivindicou os dois atentados à bomba, este domingo, em duas igrejas coptas, nas cidades de Tanta e de Alexandria.

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