"Transparentemente límpido". Os 90 minutos em que Trump culpou China, Índia e Russia pela poluição

Num encontro com o príncipe Carlos, o presidente dos EUA culpou a China, Índia e Rússia pelas alterações climáticas.
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O encontro devia durar 15 minutos, mas o príncipe Carlos passou uma hora e meia a tentar convencer Donald Trump dos perigos das alterações climáticas. Sem grande sucesso aparente. No programa Good Morning Britain da ITV o presidente dos EUA veio explicar que o herdeiro da coroa britânica "está muito preocupado com o ambiente". Mas também garantiu ter-lhe explicado que a América tem "um dos climas mais limpos" do mundo.

"Eu disse-lhe: 'Bem, os EUA hoje em dia têm um dos climas mais limpos, a acreditar nas estatísticas'. E está cada vez melhor porque concordo que queremos uma água melhor, uma água mais limpa. É límpido, tem de ser transparentemente límpido", explicou Trump.

Confessando que foi o príncipe Carlos quem fez "as despesas da conversa", o presidente dos EUA disse ainda ter afastado a necessidade de a América fazer mais para proteger o ambiente. Afinal, garantiu, "a China, a Índia, a Rússia e muitas outras nações, não têm muito bom ar, nem boa água em termos de poluição. Se for a algumas cidades... nem se consegue respirar, e esse ar está a subir".

Questionado por Piers Morgan se aceita a ciência das alterações climáticas, Trump explicou: "Acredito que que o tempo está a mudar, e está a mudar para os dois lados. Não se esqueçam, antes falávamos em aquecimento global, isso não funcionava, depois passou a chamar-se alterações climáticas. Hoje chama-se na verdade, condições extremas, porque com condições extremas não podemos falhar".

O herdeiro do trono britânico é conhecido por ser um fervoroso defensor do ambiente, tendo muitas vezes vindo a público sublinhar a necessidade de lutar contra as alterações climáticas. Já Trump não tem hesitado em desafiar as evidências científicas em relação às condições extremas. O presidente retirou inclusive os EUA do acordo de Paris sobre o clima, que traça as metas para a redução das emissões de gases poluentes pelos países signatários.

Nem uma palavra sobre a "malvada" Meghan

Na mesma entrevista, Trump garantiu que durante a sua visita ao palácio de Buckingham não falou sobre Meghan Markle. O presidente americano causara polémica ao chamar "malvada" à duquesa de Sussex antes da visita a Londres. O príncipe Harry, marido de Meghan, manteve-se afastado do presidente, pelo menos durante a parte da receção que foi aberta aos media.

"Não falámos sobre isso. Foi tudo mal transmitido. Quando olhamos para a transcriçãi, vemos, é exatamente o contrário do que foi dito. Já olhou para a transcrição?", afirmou Trump na ITV.

Mas reafirmou as suas palavras: "Ela foi malvada comigo. E está OK que seja malvada, não é bom para mim ser malvado com ela, e não fui".

Em entrevista ao tabloide The Sun antes de chegar ao Reino Unido, Trump não escondeu o que pensa da compatriota Meghan. Ao ser confrontado sobre o que pensa da duquesa de Sussex, que o chamou de "misógino" e de "divisivo", durante a campanha para as presidenciais de 2016, o presidente respondeu: "Não sabia disso. Que posso dizer? Eu não sabia que ela era malvada."

Na altura, ao saber que durante a visita ao Reino Unido não ia ver Meghan, que foi mãe recentemente, Trump disse não saber, mas mostrou-se agradado com a existência de uma princesa norte-americana e augurou que Meghan irá ser "muito boa".

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