"A ajuda humanitária vai entrar", promete Guaidó, no dia 23 de fevereiro
O líder da oposição e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, disse, nesta terça-feira, que a ajuda humanitária - bens alimentares e médicos para a população - chegará ao seu país no dia 23 de fevereiro.
Juan Guaidó discursava em Chacao, zona leste de Caracas, na Avenida Francisco de Miranda, para milhares de pessoas que se concentraram no dia 12 de fevereiro para exigir ao governo do presidente Nicolás Maduro e às Forças Armadas da Venezuela que permitam a entrada de ajuda humanitária no país, de acordo com a agência Lusa.
"A ajuda humanitária vai entrar, sim ou sim [de qualquer maneira]" e "o usurpador terá de ir-se [embora], sim ou sim, da Venezuela" foram as palavras do autoproclamado presidente venezuelano, que convidou os "soldados da pátria" a unir-se a eles.
Não foi só o apelo pela entrada da ajuda humanitária na Venezuela que o levou às ruas de Caracas. O líder da oposição insistiu que os venezuelanos têm uma rota traçada para o "fim da usurpação" da Presidência da República de Nicolás Maduro, prometendo um governo de transição e eleições livres no país.
A exigência, pela entrada de ajuda humanitária no país, de Guaidó estendeu-se às redes sociais, ajuda essa que segundo o mesmo "salvará a vida de mais de 300 mil venezuelanos que hoje correm risco de morte". A iniciativa do líder da oposição ao regime de Nicolás Maduro é passar uma mensagem clara às Forças Armadas Venezuelanas: "Juntem-se à luta dos venezuelanos e permitam o acesso a alimentos e remédios de que o povo precisa."
Segundo as redes sociais e a imprensa local, além de Caracas, os venezuelanos realizaram grandes marchas de apoio a Juan Guaidó e para exigir a entrada de ajuda humanitária também nas cidades de Maracay, Barquisimeto, Maracaibo e na ilha venezuelana de Margarita (nordeste da capital).
A oposição venezuelana anunciou, recentemente, a criação de três centros de acolhimento de ajuda humanitária para os cidadãos que vivem na Venezuela, na Colômbia, no Brasil e numa ilha das Caraíbas. E, segundo a imprensa local, parte da ajuda humanitária já chegou a Cúcuta, na Colômbia, onde espera autorização para passar a fronteira até à vizinha Venezuela.
Segundo a Lusa, o governo venezuelano tem insistido em negar a existência de uma crise humana no país e tem dito que não permitirá a entrada de ajuda na Venezuela. A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não governamentais.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.