Filha de rei saudita condenada por mandar agredir canalizador
Irmã do príncipe herdeiro da Arábia Saudita e filha do rei Salman, Hassa bint Salman, de 42 anos, foi condenada por um tribunal francês a 10 meses de prisão com pena suspensa. A princesa foi considerada culpada pela justiça francês por ter ordenado a um segurança que agredisse um canalizador que fazia reparações no seu apartamento em Paris.
Hassa bint Salman foi ainda condenada a pagar 10 mil euros de multa pela violência infligida pelo seu segurança ao trabalhador, um caso que aconteceu em 2016.
O advogado da princesa anunciou imediatamente a intenção de recorrer dessa sentença.
Com um mandado de prisão desde dezembro de 2017, a princesa saudita não compareceu ao julgamento em julho e também não esteve presente esta quinta-feira no tribunal francês.
A princesa foi julgada no início de julho no Tribunal Penal de Paris por pedir ao seu segurança privado para ameaçar, atacar e humilhar um trabalhador a quem a princesa acusou de lhe ter tirado fotografias.
A sentença imposta à irmã do príncipe herdeiro saudita é mais pesada do que a exigida pela procuradoria.
O procurador pediu seis meses de prisão com pena suspensa e 5 mil euros de multa contra a princesa, considerando a filha do rei da Arábia Saudita como "a autoridade de facto no apartamento" da avenida Foch no dia do incidente.
O segurança Rani Saïdi, o único presente na audiência, foi condenado a oito meses de prisão com pena suspensa e uma multa de 5 mil euros, de acordo com o que pedira a procuradoria.
A 26 de setembro de 2016, o trabalhador da construção civil Ashraf Eid estava no 7º andar de uma residência da família real saudita na avenida Foch, em Paris, a pintar umas mesas quando foi chamado de "urgência" ao 5º andar para reparar um lavatório danificado.
O trabalhador explicou aos investigadores franceses que tirou fotos da casa de banho, onde tinha de intervir, com o telemóvel. A princesa apareceu no local e percebeu que o trabalhador havia "apanhado o seu reflexo no espelho", motivo pelo qual chamou de imediato o seu segurança.
O assistente pessoal da princesa, que atuava como segurança e é diretor da empresa "Attila Security", negou firmemente qualquer violência contra o trabalhador, apesar das marcas nos pulsos e contusões no rosto do queixoso, que teve uma baixa médica de cinco dias.
O canalizador afirmou que foi obrigado a beijar os pés da princesa e que não lhe foi permitido sair do apartamento. "Matem-no, o cão, ele não merece viver", terá dito a princesa, de acordo com o trabalhador, conforme escreve a BBC. Hassa bint Salman é conhecida na Arábia Saudita pelo seu trabalho de caridade e pela defesa dos direitos das mulheres.