Número de mortos sobe para 71 em Myanmar depois de ataques rebeldes

Muçulmanos da minoria rohingya atacaram vários postos fronteiriços. Minoria é discriminada e considerada uma das mais perseguidas do planeta
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Pelo menos 71 polícias e rebeldes morreram esta sexta-feira, no oeste da Birmânia, depois de muçulmanos da minoria rohingya terem atacado vários postos fronteiriços, segundo as autoridades birmanesas, que enfrentam os ataques mais mortíferos dos últimos meses.

De acordo com o comunicado emitido pelos serviços da Conselheira de Estado Aung San Suu Kyi, 12 membros das forças de segurança e 59 rohingyas foram mortos.

O balanço anterior indicava 32 mortos nos confrontos entre a minoria e as forças de segurança.

"Militares e polícias combatem em conjunto os terroristas bengaleses", disse o chefe do exército, general Min Aung Hlaing, através da sua página de Facebook.

O Governo da Birmânia informou, em comunicado, que cerca de 150 rebeldes participaram neste ataque, durante a madrugada, contra mais de 20 postos próximos da fronteira com o Bangladesh.

O ataque teve lugar um dia depois de uma comissão, liderada pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, ter apresentado ao governo birmanês um relatório com recomendações para pôr fim à violência em Rakhine e promover o desenvolvimento da região.

Mais de um milhão de rohingya vivem no estado de Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária que provocou, em 2012, pelo menos 160 mortos e deixou ainda aproximadamente 120 mil membros daquela comunidade confinados em 67 campos de deslocados, onde vivem diversas restrições, nomeadamente privação de movimentos.

As autoridades birmanesas não reconhecem cidadania aos rohingya -- minoria apátrida considerada pelas Nações Unidas como uma das mais perseguidas do planeta.

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