Amy Barrett. Norte-americanos "merecem um Supremo Tribunal independente"

A nomeada para o Supremo Tribunal Federal dos EUA foi escolhida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para suceder à juíza progressista Ruth Bader Ginsburg, que morreu em setembro.
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Amy Coney Barrett afirmou nesta segunda-feira no Senado que os norte-americanos "merecem um Supremo Tribunal de Justiça independente" que "interprete a Constituição e as leis tal como estão escritas".

A nomeada para o Supremo Tribunal Federal dos Estados Unidos resumiu desta forma, segundo a agência Associated Press (AP), a abordagem conservadora à lei que deixou os republicanos entusiasmados com a perspetiva de Amy Barrett ocupar o lugar da falecida juíza Ruth Bader Ginsburg antes do dia das eleições presidenciais de 3 de novembro.

Amy Barrett falou sobre a sua filosofia judicial, a sua experiência e a sua família no final do primeiro dia das audiências de confirmação aceleradas, de que os democratas do Senado estão a recorrer para tentar considerá-la uma ameaça para os cuidados de saúde dos norte-americanos durante a pandemia do novo coronavírus.

Depois de ouvir em silêncio durante quase quatro horas as declarações de abertura de membros do Comité Judiciário do Senado, a juíza do Tribunal Federal de Apelo comparou a sua abordagem à do seu mentor conservador, o falecido juiz Antonin Scalia.

"Os tribunais têm uma responsabilidade vital para com o Estado de direito, que é fundamental para uma sociedade livre. Mas os tribunais não foram projetados para resolver todos os problemas ou corrigir todos os erros da nossa vida pública", disse Barrett, ao ler um comunicado.

"As decisões políticas e julgamentos de valor do governo devem ser feitos pelos políticos eleitos perante o povo. O público não deve esperar que os tribunais o façam e os tribunais não devem julgar", afirmou, sublinhando aos senadores estar "eternamente grata" pelo caminho pioneiro de Ginsburg como mulher na corte.

O Senado dos Estados Unidos iniciou hoje a audição de Amy Barrett, indicada pelo presidente Donald Trump para o Supremo Tribunal, apesar da oposição dos democratas.

Amy Coney Barrett, de 48 anos, foi escolhida pelo presidente republicano para suceder à icónica juíza progressista Ruth Bader Ginsburg, que morreu no mês passado, e que poderá consolidar a maioria conservadora do Supremo Tribunal.

Os democratas consideram que a escolha do novo juiz deveria ser feita pelo presidente que vier a ser escolhido nas eleições presidenciais de 3 de novembro, mas Donald Trump insistiu que o Senado, com maioria republicana, deve aprovar a escolha de Barrett antes do ato eleitoral.

De acordo com a Constituição, é precisa a aprovação do Senado para entrar no Supremo Tribunal, onde cinco dos nove juízes são conservadores.

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