Netanyahu promete anexar colonatos judaicos na Cisjordânia ocupada

O compromisso do primeiro-ministro de Israel é visto como uma forma de mobilização para a corrida eleitoral, que se realiza já na terça-feira.
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu , prometeu anexar os colonatos judaicos nos territórios palestinianos ocupados se vencer a eleição no seu país na próxima terça-feira. Esta promessa está a ser vista como uma forma de mobilizar o eleitorado de base nacionalista.

Centenas de milhares de colonos vivem em postos avançados na Cisjordânia, que os militares de Israel capturaram na guerra há mais de meio século e continuam a governar, controlando a vida de mais de 2,5 milhões de palestinianos. As potências mundiais consideram estes colonatos ilegais segundo a lei internacional, construídos em terras confiscadas de famílias palestinianas. Declarar a anexação destes colonatos será também o fim da esperança num estado palestiniano, já que sobraria pouca terra para o implantar.

A verdade é que Benjamim Netanyahu está a enfrentar uma disputa cerrada pela reeleição. Sondagens recentes mostram o seu partido de direita, o Likud, atrás do partido Azul e Branco, liderado por um ex-chefe do exército israelita, Benny Gantz. Contudo, com o apoio dos pequenos partidos pró-colonatos, de extrema-direita e nacionalistas, o primeiro-ministro israelita terá mais possibilidades de formar um governo de coligação.

Na última eleição em Israel, em 2015, Netanyahu foi criticado por ter feito uma declaração no dia da votação, vista como incendiária e racista, para reunir simpatizantes da direita, quando alertou para que cidadãos árabes no país estavam a "ir para as assembleias de voto em massa". Agora, sem uma vitória à vista, muitos esperam um golpe semelhante.

A chamada solução dos dois estados, que prevê Israel e Palestina lado a lado, tem sido a opção de paz preferida pela comunidade internacional, mas a crescente construção de colonatos frustrou essas esperanças. E o reconhecimento por Donald Trump de Jerusalém como capital de Israel no início do seu mandato como presidente dos Estados Unidos prejudicou ainda mais esta possibilidade.

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