Morreu voluntário brasileiro nos testes da vacina da AstraZeneca

Agência Nacional de Vigilância Sanitária informada sobre a morte de jovem de 28 anos.

Um voluntário brasileiro de 28 anos que participava nos testes clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca morreu nesta segunda-feira devido à covid-19.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que informou ao Globo que o caso está sob avaliação, os responsáveis pelo desenvolvimento da vacina já partilharam dados com a agência a fim de ajudar na investigação levada a cabo pelo Comité Internacional de Avaliação de Segurança sobre o caso.

Fontes ligadas ao estudo internacional adiantam que o voluntário não recebeu a dose da vacina, mas sim a substância utilizada como placebo.

Porém, devido a sigilo, nem o laboratório, nem os centros responsáveis pelos testes, nem a Anvisa informaram oficialmente se o voluntário recebeu placebo ou não.

Em setembro, os ensaios clínicos desta vacina chegaram a ser interrompidos, quando foi detetada uma reação adversa de um dos participantes no estudo do Reino Unido, mas foram retomados uma semana depois, quando "o comité independente de avaliação da segurança e o regulador do Reino Unido, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde, concluíram que os ensaios clínicos são seguros e podem ser retomados".

A vacina da AstraZeneca tem sido considerada - até pela Organização Mundial da Saúde - como a mais relevante candidata no mercado. A Comissão Europeia já fez um acordo (a 27 de agosto) com a farmacêutica para reservar 300 milhões de doses para os Estados membros, o que inclui Portugal.

"Através do contrato, todos os Estados membros poderão adquirir 300 milhões de doses da vacina AstraZeneca, com uma opção para mais cem milhões de doses, a serem distribuídas numa base proporcional à população", destacou, na altura, a instituição.

De acordo com os resultados dos primeiros ensaios clínicos, divulgados em julho passado, esta possível vacina "parece segura e gera anticorpos", mostrando então resultados promissores no que diz respeito a segurança e imunidade.

No entanto, os ensaios clínicos não têm sido isentos de percalços. Antes de terem sido suspensos em setembro, já o tinham sido em julho, porque um dos voluntários foi diagnosticado com esclerose múltipla, mas concluiu-se que a doença neurológica não estava relacionada com o antídoto em desenvolvimento.

A maioria dos especialistas reagiram a estas suspensões de forma positiva, defendendo que são sinal de que a qualidade está a ser privilegiada no processo.

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