Ministro britânico diz que Putin tornou o mundo "um lugar mais perigoso"
Em Washington, Jeremy Hunt, ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, afirmou esta terça-feira que a União Europeia deve estar implementar sanções mais abrangentes contra a Rússia e estar lado a lado com os EUA que implementaram novas restrições económicas a Moscovo.
No seu primeiro discurso desde que assumiu o cargo em julho, o chefe da diplomacia britânica referiu que o presidente russo, Vladimir Putin, tornou o mundo "um lugar mais perigoso". Numa alusão ao caso do ex-espião russo Sergei Skripal e à filha, que foram expostos ao agente neurotóxico Novichok na cidade inglesa de Salisbury, o ministro considera que a União Europeia devia endurecer a sua posição contra Moscovo.
"Hoje o Reino Unido pede aos seus aliados para irem mais longe apelando à UE para garantir que as sanções sejam mais abrangentes contra a Rússia e que estejamos verdadeiramente lado a lado com os EUA", disse Hunt, citado pela agência Reuters. "Isto significa responder a uma só voz às transgressões onde e quando elas ocorram, das ruas de Salisbury ao coração da Crimeia", justificou Jeremy Hunt.
Recorde-se que o Reino Unido considera a Rússia responsável pelo ataque do agente neurotóxico Novichok ao antigo espião russo Skripal, o que desencadeou uma grave crise diplomática entre os dois países, apesar de Kremlin ter sempre negado o seu envolvimento no caso. O executivo de Theresa May decidiu expulsar vários diplomatas russos, medida também adotada por Moscovo. Vários países ocidentais manifestaram-se ao lado de Londres e tomaram medidas semelhantes
Já este mês, os EUA anunciaram sanções a Moscovo pela tentativa de homicídio por envenenamento do ex-agente russo e da sua filha Yulia no passado mês de março.
Confrontado com as declarações do chefe da diplomacia britânica, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, considera que o Reino Unido está a tentar impor a sua política externa contra Moscovo à União Europeia e aos EUA. Lavrov afirmou ainda que os britânicos "têm uma opinião bastante elevada sobre si mesmos".