Médicos espanhóis fazem greve em plena pandemia

É a primeira vez em 25 anos que os médicos de saúde pública protestam em Espanha, para exigir um maior reconhecimento do seu trabalho.
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Exaustos após mais de seis meses de pandemia, os médicos do sistema público de saúde espanhol iniciaram uma greve nacional nesta terça-feira, a primeira em 25 anos, para exigir um maior reconhecimento do seu trabalho.

Devido às medidas de distanciamento social, apenas cerca de cinquenta profissionais se reuniram em frente ao Congresso Espanhol de Madrid, respondendo ao apelo da Confederação Estadual dos Sindicatos Médicos (CESM).

Segundo esta entidade, contactada pela AFP, cerca de 85% dos 267 mil médicos espanhóis participaram na greve, embora a maioria de forma simbólica.

Esta reivindicação nacional num dos países europeus mais afetados pela covid-19 é nova, uma vez que esse tipo de protestos é geralmente convocado ao nível regional. Em Espanha, as regiões detêm competências de saúde pública.

Segundo o gastroenterologista Sergio Casabona, que participou no protesto em frente ao Congresso, "a gota de água" para os profissionais de saúde foi um decreto, publicado no final de setembro, que permite a transferência de médicos para outros serviços hospitalares independentemente da sua especialidade.

O Ministério da Saúde justifica esta reforma pela pandemia covid-19, mas o CESM considera-a como "o maior ataque perpetrado contra a saúde espanhola".

A greve acontecerá todas as últimas terças-feiras de cada mês até que seja obtida resposta, segundo o CESM.

Neste contexto, o Governo espanhol anunciou nesta terça-feira que o projeto de Õrçamento de 2021 vai aumentar a verba para a saúde em 151%, com mais três mil milhões de euros, dos quais 2,4 mil milhões serão atribuídos à compra de vacinas e ao reforço da rede de atenção primária.

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