Mais de mil detidos em manifestação da oposição em Moscovo

Mais de mil pessoas foram detidas hoje em Moscovo durante uma manifestação contra Putin e a exigir eleições livres.
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Ao todo, eram 1074 pessoas que se manifestaram nas ruas de Moscovo numa manifestação que não tinha sido autorizada pelas autoridades. Todas estas pessoas protestavam contra as políticas de Vladimir Putin e exigiam eleições livres.

Algumas detenções foram feitas de forma violenta e muitos manifestantes foram feridos na cabeça, de acordo com jornalistas da AFP que presenciaram os confrontos.

A Amnistia Internacional denunciou o "recurso à força excessiva" pela polícia russa e apelou à libertação imediata "de manifestantes pacíficos".

"As autoridades perderam completamente a razão, comportam-se de forma quase sádica", afirmou no Twitter o opositor Ilia Iachine, anunciando uma nova manifestação para dia 3 de agosto.

O dirigente da oposição Alexei Navalny foi detido esta semana para evitar que pudesse liderar o protesto, devendo cumprir 30 dias de prisão.

A comissão eleitoral moscovita recusou o registo de 57 candidatos, onde se incluem alguns dos principais dirigentes da oposição, que acusa as autoridades de manipular milhares de assinaturas recolhidas nas últimas semanas pelos candidatos e transcrevê-las incorretamente no registo eletrónico.

O Comité de Direitos Humanos, dependente do Kremlin, tomou posição favorável à oposição e apelou à comissão eleitoral para registar "todos os candidatos" que recolheram o mínimo de assinaturas necessárias, porque o contrário significa ignorar "a vontade de milhares de eleitores".

A oposição russa encara as eleições municipais como um primeiro passo para tentar ter representação na Duma (câmara baixa do parlamento), nas próximas legislativas de 2021.

Em declarações à agência noticiosa Interfax, na sexta-feira, o porta-voz da polícia da capital russa assegurou que os organizadores da manifestação foram advertidos por escrito sobre a ilegalidade do protesto.

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