Kamala Harris desiste. Há agora 15 candidatos às primárias democratas

A senadora da Califórnia retira-se devido a falta de fundos e de apoio nas sondagens, juntando-se ao grupo cada vez maior de quem fica pelo caminho.
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Kamala Harris, de 55 anos, anunciou por email aos seus apoiantes que desiste da corrida às primárias democratas, as quais vão definir o candidato do Partido Democrata às eleições presidenciais de 2020.

Depois de classificar a decisão como "uma das mais difíceis" da sua vida, explicou o porquê: "A minha campanha para presidente simplesmente não tem os recursos financeiros de que precisamos para continuar. Não sou uma bilionária, não posso financiar a minha campanha."

A sua desistência acontece poucos dias depois do bilionário Michael Bloomberg, de 77 anos, ter decidido avançar para as primárias (tal como o ex-governador do Massachusetts Deval Patrick).

Kamala Harris, antiga advogada e procuradora-geral da Califórnia, via-se como a candidata dos progressistas, dos jovens, mas também como alguém que fazia a ponte com o eleitorado mais moderado. A sua candidatura foi lançada há 11 meses e chegou a alcançar mais de um dígito nas sondagens, em especial após o seu desempenho no debate de junho.

Mas a senadora começou uma curva descendente quando disse uma coisa e o seu contrário em temas tão sensíveis como o acesso à saúde ou a imigração ilegal.

A senadora encabeçou a 14.ª candidatura democrata a desistir da corrida, depois do texano Beto O'Rourke ou do nova-iorquino Bill de Blasio, por exemplo.

Há ainda 15 candidaturas, sendo quatro delas de mulheres. A mais bem posicionada nas sondagens é Elizabeth Warren. Segundo a mais recente, da Politico/Morning Consult, a senadora do Massachusetts, de 70 anos, tem 15% de intenções de voto, atrás de Bernie Sanders, com 20%, e de Joe Biden, com 29%. Kamala Harris aparece com 5%.


Nascida em Oakland, Califórnia, filha de pai jamaicano (economista) e de mãe indiana (investigadora do cancro da mama), ambos ativistas dos direitos civis, Kamala Harris tornou-se procuradora-geral da Califórnia em 2011 -- a primeira mulher e a primeira pessoa negra a dirigir os serviços judiciais da Califórnia --, após ter servido como procuradora de São Francisco.

Foi a segunda mulher negra a entrar no Senado, em janeiro de 2017, ao ser eleita pelo seu estado.

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