Juncker vê Merkel em altos cargos na União Europeia, mas critica Macron
Jean-Claude Juncker considera inimaginável que a chanceler Angela Merkel possa desaparecer da cena política europeia após deixar a liderança do governo alemão, numa entrevista publicada este sábado pelo Westdeutsche Allgemeine Zeitung (WAZ).
Angela Merkel estará "altamente qualificada" para desempenhar cargos de topo na UE quando terminar o seu atual e último mandato como chanceler alemã, pelo que "não consegue imaginar" que aquela governante possa "desaparecer [da vida política] sem deixar rasto", afirma o presidente da Comissão Europeia, citado pelo jornal digital Politico.
"Ela não só é uma pessoa respeitada como também uma adorável obra de arte", enaltece o luxemburguês, cujo mandato de cinco anos à frente da Comissão Europeia termina no início do outono com a posse dos novos dirigentes a eleger em maio.
As eleições europeias são pretexto para Jean-Claude Juncker criticar o presidente francês, Emmanuel Macron, dada a sua recusa em apoiar o sistema de "candidato principal" - para presidente da Comissão e que foi aplicado pela primeira vez há cinco anos - em cada família política europeia.
"Os Liberais, a que Emmanuel Macron pertence, falharam na escolha de um candidato principal e nomearam nove candidatos", observa Juncker. "Posso já afirmar o seguinte: Não haverá nove presidentes liberais da Comissão."
Sobre a segurança da votação nas eleições para o Parlamento Europeu, Juncker mostra-se preocupado com as tentativas de influenciar os resultados que diz existirem e "não apenas de fora da UE".
"Estados membros da UE estão também a procurar orientar a vontade dos eleitores numa determinada direção com notícias falsas", assegura o presidente cessante da Comissão na entrevista ao WAZ.