Jihadista só demorou meia hora a pedir repórter em casamento pelo Skype

A jornalista fez-se passar por jovem que queria juntar-se ao Estado Islâmico
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Uma jornalista assumiu o nome de 'Zahra' para se fazer passar por uma jovem com interesse em juntar-se ao Estado Islâmico - após trinta minutos de conversa com um 'jihadista', este já a pedia em casamento. A conversa ocorreu no âmbito de uma nova reportagem da televisão britânica BBC, que procurava compreender como os jovens britânicos são radicalizados e convencidos a viajar para a Síria para se juntar ao grupo terrorista.

A jornalista, que permaneceu anónima, começou por criar uma conta falsa em várias redes sociais e seguir várias contas ligadas ao Estado Islâmico. Rapidamente foi contactada por várias pessoas que diziam estar ligadas ao grupo, incluindo um homem que se identificou como Mario. Mario foi o mais insistente dos que abordaram 'Zahra', e os dois acabaram por falar através do Skype, inicialmente por mensagens de texto.

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Conforme a jornalista escreveu no seu blogue, que não foi divulgado pela BBC, o homem não demorou meia hora a começar a pedir-lhe para se "juntar a ele", para se casarem e criarem uma família juntos no seio do grupo terrorista Estado Islâmico.

Mario tentou convencer repetidamente 'Zahra' de que podiam ter "uma boa vida sob a lei Sharia" se ela se juntasse a ele, e deu-lhe instruções acerca de como viajar para lá: bastava ter o seu passaporte e dinheiro para comprar um bilhete de avião para a Turquia. Após chegar, seria recebida por membros do Estado Islâmico que cuidariam dela.

"O que se seguiu foi um choque que me deixou às vezes stressada, ansiosa e emocional", escreveu a jornalista que se fez passar por 'Zahra'. Mario era muito insistente, repetindo os seus convites dezenas de vezes, e tentando manipulá-la. A jornalista acabou por quebrar o contacto com o 'jihadista' após uma conversa com vídeo também realizada no Skype.

Nos últimos anos, vários adolescentes britânicos fugiram do país para se juntarem ao Estado Islâmico. Recentemente, três jovens raparigas de 15 e 16 anos viajaram para a Síria com a ajuda de um espião da coligação ocidental que combate o Estado Islâmico. Em junho, três irmãs britânicas levaram os seus nove filhos para a Síria para se juntarem ao grupo terrorista.

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