Procurador Robert Mueller sugere até 24 anos de prisão para Paul Manafort
O antigo diretor da campanha eleitoral de Donald Trump, Paul Manafort, pode passar até 24 anos na prisão, por acusações de fraude bancária e fiscal, segundo recomendação do procurador especial Robert Mueller.
Esta é a pretensão do procurador especial Robert Mueller, conforme a documentação entregue ao tribunal, que especifica o cálculo da potencial sentença a aplicar a Manafort.
A recomendação de sentença calculada com base nas orientações federais seria a pena de prisão mais extensa imposta na investigação à interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, que elegeram Donald Trump Presidente dos Estados Unidos, se um júri federal concordar com a proposta.
Esta sentença coloca Manafort, que tem 69 anos, em sérios riscos de passar o resto da vida na prisão.
O gabinete de Mueller não recomenda uma sentença específica, mas adiantou que concorda com os cálculos que apontam para que Manafort cumpre uma pena entre 235 meses e 292 meses, ou entre 19 anos e meio e 24 anos e meio na prisão.
Manafort também enfrenta a eventualidade de ter de restituir mais de 24 milhões de dólares (21 milhões de euros).
De acordo com a equipa do procurador especial, "Manafort agiu durante mais de uma década como se estivesse acima da lei, e privou o governo federal e várias instituições financeiras de milhões de dólares".
"A sentença deve refletir a gravidade destes crimes e servir para deter Manafort e outros de terem tal conduta", acrescenta o gabinete de Robert Mueller.
Em agosto de 2018, o antigo presidente da campanha eleitoral foi condenado por oito crimes fiscais. Manafort foi considerado culpado de cinco crimes de evasão fiscal, dois de fraude bancária e um por ter escondido a existência de uma conta bancária no estrangeiro.
O ex-diretor de campanha presidencial de Trump era acusado de esconder milhões de dólares ao fisco dos EUA, que obteve pelos serviços de assessoria a políticos apoiados pela Federação Russa na Ucrânia.
Manafort foi o primeiro a sentar-se no banco dos réus num processo que parte da investigação do procurador especial Robert Mueller à alegada ingerência russa nas eleições presidências norte-americanas de 2016.