"Percebi que era grave pela onda de choque. O meu prédio tremeu"

Explosão em padaria de Paris, alegadamente causada por uma fuga de gás, fez três mortos e dez feridos com gravidade. Morador na zona falou ao DN.
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Um incêndio seguido de explosão numa padaria em Paris provocou este sábado três mortes (dois bombeiros e uma turista espanhola) e 47 feridos, dez com gravidade. Inicialmente, o ministro do Interior francês anunciou que eram quatro as vítimas mortais, mas o procurador de Paris veio depois corrigir a informação, explicando que, até ao momento, havia três mortos e não quatro, como avançado inicialmente.

A explosão, que terá sido provocada por uma fuga de gás, provocou enorme destruição no local: montras partidas e vidros estilhaçados dos prédios vizinhos, que não escaparam à violência da explosão, ocorrida pelas nove da manhã em Paris - menos uma hora em Lisboa.

"Percebi que era grave pela onda de choque provocada pela explosão. O meu prédio tremeu", contou ao DN Jonathan Cayssials, um editor de vídeo de 30 anos que mora na Rue Rougemont, a cerca de 200 metros da padaria na Rue de Trévise, onde ocorreu a explosão. "Todos os moradores do meu prédio reuniram-se para ver de onde vinha aquilo. Vimos o fumo subir e percebemos que a explosão deveria ter sido próxima", explicou.

Durante todo o dia a área mais próxima da padaria esteve limitada por um perímetro de segurança e durante toda a manhã ouviu-se "o vai e vem dos helicópteros", contou Jonathan. "A minha vizinha disse-me que o quarteirão continua bloqueado porque há receio de que as condutas de gás façam explodir outra parte do prédio da padaria". O edifício onde vive não sofreu danos, mas há vários na zona com as marcas da violência da explosão.

As autoridades estão a investigar uma fuga de gás na Rue de Trévise que poderá explicar a explosão, que fez vítimas entre os bombeiros que já se encontravam no local a combater o incêndio que deflagrou inicialmente. "As sirenes dos bombeiros e da polícia juntam-se ao ruído dos helicópteros que não param de regressar ao quarteirão desde a explosão", acrescentou o jovem, em declarações ao DN.

Até ao momento, não há informação de portugueses entre as vítimas, disse à agência Lusa fonte da secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.

Joana Cruz, uma portuguesa que está em trabalho em Paris, alojada num hotel no 9.º bairro - onde aconteceu a explosão - disse ao DN que, desde o início da manhã, "passam ambulâncias a cada dois minutos". "Não presenciei nada. Acordei já depois da explosão com as sirenes dos serviços de emergência", explica. A capital francesa está, diz, "em alvoroço" este sábado, com a polícia mobilizada no centro devido a mais uma manifestação dos coletes amarelos e, agora, com a explosão a mobilizar grande número de meios de socorro.

Do sétimo piso do hotel consegue ouvir com nitidez o som das ambulâncias e admite que, durante o dia, não sairá do hotel."O bairro está bloqueado, as autoridades estão a pedir para que não venham carros para a zona. No máximo, posso sair para almoçar mais tarde mas não me vou aventurar".

O ministro do Interior, Cristophe Castaner, e o primeiro-ministro, Édouard Philippe, dirigiram-se já para o local, para onde foram mobilizados 200 bombeiros e cerca de uma centena de polícias. Também Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris, já está no local.

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