18 400 euros. Itália condenada a indemnizar Amanda Knox

A norte-americana acusada de matar a colega de casa e ilibada passados quatro anos não teve direito a um advogado e a um interprete durante o interrogatório inicial, em 2007.
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O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou, esta quinta-feira, Itália por violação dos direitos da norte-americana Amanda Knox, que afirma ter sido pressionada pela pelas autoridades italianas a acusar de forma injusta um inocente pelo homícido da sua colega de casa. Knox deverá receber 18 400 euros, segundo o jornal espanhol El País.

A seis de novembro de 2007, durante um interrogatório, a jovem na altura com 19 anos acusou o então namorado de matar a colega de quarto. Amanda Knox acabou condenada por denuncia caluniosa, quando o italiano Raffaele Sollecito, com quem tinha uma relação, provou a sua inocência.

Segundo o tribunal de estrasburgo, a investigação italiana não contemplou o "tratamento degradante" de que Amanda Knox diz ter sido vítima. A jovem não teve direito a um advogado nem a um interprete durante o seu primeiro interrogatório, onde afirma ter sido sujeita a "violência" e a "ameaças".

Amanda Knox estudava e viva em Perúgia, no centro da Itália. Partilhava a casa com Meredith Kercher, de 21 anos, que foi encontrada violada e morta com 47 facadas no apartamento de ambas na noite de 1 de novembro de 2007. Passados cinco dias, a polícia prendeu Amanda e Raffaele e condenou-os respetivamente a 26 e a 25 anos de prisão.

Em outubro de 2011, o Tribunal de Recurso de Perugia absolveu os dois jovens. Desde então foram novamente condenados pelo Tribunal de Cassação, em Roma (2013), e pelo Tribunal de Recurso de Florença (2014) e absolvidos definitivamente em 2015 pelo Supremo Tribunal de Itália.

A história polémica de Amanda Knox tem inspirado livros, documentários e filmes.

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