Espanha lança alerta internacional para surto de listeriose em Sevilha
O surto de listeriose causado pela carne da empresa de Sevilha Magrudis SL, comercializada sob a marca Mechá, tem impacto internacional. O Ministério da Saúde de Espanha ativou os sistemas de alerta e comunicação com as autoridades europeias e a Organização Mundial de Saúde (OMS) para verificar "casos de listeriose se forem identificados noutros países".
Fontes ministeriais disseram ao El Pais que esta é uma medida de precaução devido à possibilidade de alguns turistas terem desenvolvido a doença após consumirem produtos contaminados em Espanha. Por enquanto não há nenhum caso.
O alerta internacional é dado num momento em que há um aumento no número de infetados. Jesús Aguirre, ministro da Saúde da Andaluzia, afirmou que nesta comunidade há 132 pessoas contaminadas, às quais acrescentou mais quatro na Estremadura e três casos em cada uma das comunidades da Catalunha, Astúrias e Aragão.
As autoridades, porém, suspeitam que no total sejam 529 pessoas com a doença, já que apresentam sintomas compatíveis com a listeriose, que só será possível comprovar com análises e culturas que confirmem que realmente estão infetados pela bactéria. A doença tem um período de incubação de três semanas.
O El Pais relata o caso de Chuena, em Huelva, uma das localidades mais afetadas, com pelo menos 30 casos diagnositicados. Numa família, 15 pessoas foram afetadas. O contágio aconteceu após uma festa desta terra em que é costume os vizinhos irem de casa em casa picoteando (petiscando).
A gravidade do surto levou o presidente da Andaluzia, Juan Manuel Moreno, a interromper as férias para presidir ao gabinete que está a acompanhar a eclosão da listeriose em Sevilha.
Neste momento, 53 pessoas, das quais 23 grávidas, estão hospitalizadas na Andaluzia.
O surto de listeriose fez uma vítima mortal - uma mulher de 90 anos, que faleceu na madrugada de segunda-feira no Hospital Virgen del Rócio, em Sevilha. Noutras comunidades, o caso mais preocupante é o de um bebé prematura cuja mãe consumiu carne picada num bar em Madrid, em julho, revelou o ministério da Saúde.
O Governo da Andaluzia ordenou esta quarta-feira a retirada de todos os produtos da empresa Magrudis, como lombos e torresmos.