Companhia aérea da Indonésia cancela encomenda de 49 aviões Boeing 737 Max
A companhia aérea nacional da Indonésia, Garuda Indonésia, cancelou um pedido de 49 aviões Boeing 737 Max 8, avança o jornal The Washington Post. Esta posição é a resposta aos dois acidentes que envolveram este modelo de aviação em menos de cinco meses (um na Indonésia e outro na Etiópia).
A 10 de março um voo da Ethiopian Airlines despenhou-se logo após a descolagem na Etiópia, causando 157 vítimas mortais. E o principal suspeito é o próprio avião - o Boeing 737 Max. Embora ainda não haja certezas, o problema parece residir num sensor de voo que terá enviado sinais errados para o software - o que terá feito o avião afundar o nariz. A mesma falha é apontada como a causa provável de outro acidente na Indonésia há menos de cinco meses com um aparelho idêntico. Juntos, os dois acidentes, causaram a morte a 346 pessoas.
A suspeita lançada sobre os aviões levou a União Europeia a fechar o espaço aéreo aos Boeing Max 8 e Max 9. Agora, começam os cancelamentos de pedidos de aviões já feitos. Um dos porta-vozes da Garuda Indonesia - Ikhsan Rosan - justificou, esta sexta-feira, a decisão da companhia aérea com a "baixa confiança dos consumidores" no modelo de nova geração, que prometia ser um dos grandes sucessos da empresa.
A informação já terá sido passada à Boeing, que para já não comenta a alteração. As empresas vão reunir-se a 28 de março para abordar a desistência. "A discussão não será fácil", antevê Ikhsan Rosan.
Esta quinta-feira soube-se que o comandante da Ethiopian Airlines, não recebeu treino no novo simulador para o Boeing 738 Max 8 antes do fatídico voo de 10 de março. Estava previsto que o piloto recebesse treino no final de março. O desconhecimento dos pilotos é reforçado com as conclusões dos investigadores indonésios sobre o acidente da Lion Air, em outubro. Gravações de voz, registadas pela caixa-negra do aparelho, indicam que os pilotos leram manual de instruções quando o avião, um Boeing 737, estava a cair.