União Europeia fechou todo o espaço aéreo aos Boeing Max 8
O cerco europeu à Boeing apertou-se - a União Europeia decidiu interditar todo o espaço aéreo a dois modelos da Boeing, o 737 Max 8 e Max 9, anunciou a Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA), esta tarde em comunicado. A EASA diz ter decidido "suspender todos os voos que pudessem ser operados por estes dois modelos da empresa Boeing." A decisão foi conhecida depois de vários países terem vindo, um a um, anunciar que iam proibir o Boeing Max 8 nos seus espaços aéreos.
O Reino Unido foi o primeiro a proibir voos deste aparelho depois da queda de um avião sábado na Etiópia, o segundo acidente aéreo com este modelo de aparelhos em menos de cinco meses. Seguiram-se a Alemanha, Áustria, França, Irlanda, Holanda e a Bélgica a interditarem o avião. A decisão da EASA surge esta terça-feira à tarde quando 31 companhias aéreas e 15 países, quase metade comunitários, já tinham fechado os céus ao Boeing.
A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) confirmou ao DN que vai seguir as orientações da EASA de fechar o espaço aéreo ao Boieng 737 Max 8. No entanto, os voos em Portugal já sofreram consequências por causa das decisões de interditar o aparelho - foi o caso Boeing 737 Max 8 da companhia Norweigian que estava retido no Aeroporto Internacional da Madeira - Cristiano Ronaldo e acabou por levantar voo, provavelmente de regresso a Oslo, apenas com a tripulação. De facto, a Norweigian já tinha anuniado que ia manter este aparelho em terra.
A autoridade de aviação civil do Reino Unido, citada pelo The Guardian, foi a primeira a falar: "Como não temos informações suficientes do gravador de dados de voo (caixa negra), tomámos como medida de precaução impedir qualquer voo comercial de qualquer operador que chegue, parta ou sobrevoe o espaço aéreo do Reino Unido."
A união dos pilotos britânicos concordou com esta medida: "A segurança deve vir em primeiro lugar."
A decisão da União Europeia deixa o regulador de aviação americana, as companhias aéreas e o fabricante cada vez mais isolados na defesa de que o avião é seguro.
Uma pressão que foi intensificada depois do Presidente dos Estados Unidos ter escrito no Twitter que os aviões "estão a tornar-se muito complexos para voar". Donald Trump considerou ainda "que já não são necessários pilotos, mas sim cientistas de informática do MIT".
Há cinco aeronaves 737 Max registadas e operacionais no Reino Unido, todas pertencentes à TUI, a maior empresa de viagens e turismo do mundo e agora todas ficarão em terra. A Norwegiam também aterrou todos os seus 18 aviões 737 Max 8, registados em toda a Europa, incluindo os que utiliza para operar voos transatlânticos de Edimburgo e da Irlanda para os EUA.
A Turkish Airlines também opera 737 aviões Max 8 e dois de seus aparelhos para a Grã-Bretanha terão sido forçados a voltar para Istambul antes de aterrarem, de acordo com o FlightRadar24, avança o The Guardian.
Depois da China, Austrália e Singapura já tinham suspendido as operações com este aparelho da Boeing dentro e fora dos seus aeroportos. Omã e Coreia do Sul seguiram-lhe o exemplo. Após o acidente que vitimou 157 pessoas, cerca de 40% da frota Boeing 737 Max no mundo ficou em terra, segundo a publicação Flightglobal.
O Canadá diz, por seu turno, que agirá "imediatamente" no sentido de suspender os voos deste avião se surgirem novas informações sobre a segurança do aparelho.