"Se houvesse TGV, ela sofria menos", a polémica frase de campanha

"Se houvesse TGV, ela sofria menos", disse um autarca francês numa campanha para ter o comboio de alta velocidade no seu município
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Robert Ménard, eleito presidente da Câmara de Béziers, na França, eleito como independente mas com o apoio da Frente Nacional, partido de extrema-direita francês, está no centro de uma polémica que surgiu de uma campanha que tem como objetivo trazer o TGV para o município.

A imagem que está a causar indignação mostra uma mulher, vestida de branco e atada a carris, enquanto grita. Ao fundo, vê-se um comboio a andar na sua direção. "Se houvesse TGV, ela sofria menos" é o que se lê na imagem. Há cerca de 30 anos que o município quer o comboio de alta velocidade.

As reações negativas não se fizeram esperar, sobretudo da parte de mulheres. Laurence Rossignol, ex-ministra das Mulher, já apresentou queixa para que os cartazes sejam retirados.

São várias as críticas ao cartaz, sobretudo tendo em conta os elevados números de casos de violências contra mulheres todos os anos. "Morrem todos os anos 120 mulheres devido a agressões", disse Laurence Rossignol.

Além do cartaz da mulher e do comboio, existem outros, que até incluem o Presidente francês, Emmanuel Macron.

"As reações são exageradas, paranoicas e dizem muito sobre a ordem moral do país", refere Ménard, no Twitter, lembrando ainda que as pessoas que agora criticam os cartazes são os mesmos que "queimariam" Johnny Hallyday nos anos 60, Charlie Hebdo na década seguinte, ou Serge Gainsbourg em 1980. "Inquietante", finalizou.

Entretanto, já foi aberta uma investigação, com Marlene Schiappa, secretária de Estado para a Igualdade entre Homens e Mulheres de França a acionar os mecanismos disponíveis e a classificar de "odiosa" a campanha.

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