Candidata de Macron diz que Le Pen é representante de Putin no Parlamento Europeu

Líder da União Nacional já respondeu a Nathalie Loiseau: "Ontem era uma agente de Trump, hoje uma agente de Putin, amanhã vão descobrir que sou reptiliana ou canibal."
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Nathalie Loiseau, cabeça de lista do La République en Marche às eleições europeias, acusa a líder da União Nacional, Marine Le Pen, de ser a representante do presidente russo, Vladimir Putin, no Parlamento Europeu.

"Marine Le Pen e os seus amigos têm em comum uma grande simpatia pela Rússia de Vladimir Putin. O grupo de extrema-direita que querem construir é o grupo de Putin no Parlamento Europeu", disse numa entrevista ao Le Monde a ex-ministra dos Assuntos Europeus francesa, que representa o partido do presidente Emmanuel Macron.

Para Loiseau, que alerta para o "regresso do fascismo à Europa", Le Pen continua a ter como "projeto escondido" a retirada da França da União Europeia. A candidata referiu as ligações da líder da União Nacional (ex-Frente Nacional) ao ministro do Interior da Estónia, Andres Anvelt, ou ao ex-primeiro-ministro polaco e líder do partido Lei e Justiça, Jaroslaw Kaczynski, além de Putin.

Le Pen reagiu às acusações de Loiseau na France 2, falando num "festival de ataques" no final da campanha. "Ontem era uma agente de [Donald] Trump, hoje uma agente de Putin, amanhã vão descobrir que sou reptiliana ou canibal". Lembrou ainda que, para a ex-ministra, não é suposto haver contacto com nenhuma outra nação. "Claro que falo com os russos, os chineses, os indianos, porque são grandes nações. Loiseau considera que, para ser europeu, é preciso estar em guerra com o mundo inteiro", acrescentou a líder da União Nacional.

Antes das acusações da ex-ministra, já o antigo eurodeputado e copresidente do grupo dos Verdes no Parlamento Europeu, Daniel Cohn-Bendit, tinha acusado Le Pen de ser "objetivamente uma agente de Trump e de Putin", denunciando as suas relações com o ex-estratega do presidente norte-americano, Steve Bannon. Considou ainda Le Pen "um perigo para o futuro da França e da Europa", em declarações à France 2.

Além de Le Pen, Loiseau atacou também na entrevista ao Le Monde Jean-Luc Mélenchon, líder do grupo A França Insubmissa (extrema-esquerda), apelidando ambos de "perdedores amargos".

Da extrema-esquerda à extrema-direita

Um antigo membro da campanha presidencial de Mélenchon anunciou esta semana que vai deixar A França Insubmissa e apelou ao voto na lista da União Nacional nas eleições europeias.

"Emmanuel Macron catalisou a cólera dos frnceses e respondeu com arrogância, com insulto. Então, peço para votar na única lista soberana, que põe em primeiro lugar a independência da França e que é a mais bem colocada para bloquear Macron e o seu rolo compressor antissocial", afirmou à BFM TV Andréa Kotarac, conselheiro regional de Auvergne-Rhône-Alpes.

Kotarac disse ainda que não vai aderir ao partido de Le Pen, mas que se encontrou com a líder do partido de extrema-direita e que esta lhe deu garantias a nível das questões sociais.

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