Ajuda humanitária "vem contaminada e envenenada", garante vice-presidente da Venezuela
A ajuda humanitária que chega à Venezuela deve ser vista como "armas biológicas" que contêm produtos químicos para envenenar a população do país, acusou a vice-presidente de Nicolás Maduro. Num discurso transmitido em direto pela televisão estatal VTV, Delzy Rodríguez garantiu que a comida que está a entrar no país "vem contaminada e envenenada, é cancerígena".
A vice-presidente baseou as suas acusações em documentos que exibiu perante as câmaras. Delcy Rodríguez garantiu que estudos científicos encontraram contaminação em produtos enviados pelos EUA.
O discurso da vice de Maduro coincidiu com um do auto-proclamado presidente Juan Guaidó. Este anunciou que a ajuda humanitária será entregue a 23 de fevereiro. A ajuda humanitária está acumulada em Cúcuta, na Colômbia.
A resposta da oposição não se fez esperar. A deputada Gaby Arellano, do partido Voluntad Popular, garantiu: "A ditadura surpreende-nos todos os dias, mas já estão a cair no delírio. Dizer que a comida que trazemos tem inoculado cancro ou células cancerígenas raia a loucura".
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.