O Governo das Maldivas declarou hoje o estado de emergência por 15 dias, agravando ainda mais uma crise política entre o Presidente e o poder judicial, que emitiu uma ordem para libertar um grupo de líderes da oposição..A decisão de declarar o estado de emergência foi anunciada na noite de hoje (parte da tarde em Lisboa) numa comunicação pela televisão feita pelo ministro dos Assuntos Legais, Azima Shakoor..O Supremo Tribunal das Maldivas decidiu na semana passada, de surpresa, a libertação de vários líderes da oposição que estavam em prisão, o que levou a um avolumar de tensões com o Presidente, Yameen Abdul Gayoom. As ruas da capital das Maldivas, Male, foram palco de vários protestos e soldados com equipamento anti-motim foram destacados para o parlamento, numa tentativa de impedir os deputados de se reunirem..Entre os dirigentes da oposição postos em liberdade conta-se um antigo Presidente das Maldivas. O Supremo apontou vários erros ao processo judicial de que foram alvo..Shakoor indicou hoje que o governo não acredita que se possa aplicar a ordem do Supremo..As Maldivas tornaram-se numa democracia multipartidária em 2008 - após décadas de regime autocrático - mas após a chegada de Yameen ao poder, em 2013, registaram-se retrocessos democráticos..Yameen diz que o Supremo extravasou a suas competências e autoridade. Numa carta enviada ao Supremo, o Presidente das Maldivas diz que a ordem do Supremo usurpa os poderes do Estado e representa uma "violação da segurança nacional e do interesse público"..Por isso mesmo apelou ao tribunal para que reanalise a decisão à luz das preocupações do governo.