França volta a colocar Panamá na lista dos paraísos fiscais
O ministro francês das Finanças, Michel Sapin, anunciou que a França voltou a incluir o Panamá na lista dos Estados não cooperantes em matéria fiscal - ou seja, os chamados paraísos fiscais -, numa reação ao escândalo dos Papéis do Panamá.
"A França decidiu colocar o Panamá na lista de países não cooperantes, com todas as consequências que [a decisão] terá para quem faz transações naquele país", afirmou Michel Sapin, na Assembleia Nacional, citado pelo Le Figaro.
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Acrescentou que a França considerou erradamente que o Panamá tinha a "capacidade para respeitar os princípios internacionais"
França retirou o Panamá da lista de Países e Territórios Não-Cooperativos em 2012, depois de os dois países concluírem um acordo bilateral sobre combate à evasão fiscal.
Em dezembro, por altura da atualização da lista e devido à fraca resposta das autoridades panamianas a pedidos de informação de França, O Ministério das Finanças afirmou que estava a acompanhar com "muita atenção" as transações com o Panamá.
O Panamá consta de uma lista de 30 paraísos fiscais divulgada pela Comissão Europeia em junho de 2015, a par de Hong Kong, na Ásia, Mónaco, Andorra e Guernsey, na Europa, e territórios caribenhos com as Ilhas Caimão e as Ilhas Virgens britânicas.
Em contrapartida, o Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), um organismo intergovernamental de luta contra o branqueamento de capitais, retirou o Panamá da sua "lista negra" no princípio de 2016.
Uma lista de mais de 70 nomes de chefes ou antigos chefes de Estado alegadamente envolvidos em esquemas de corrupção com sociedades 'offshore' foi divulgada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação. Os documentos revelam que milhares de empresas foram criadas em paraísos fiscais de forma a que os políticos e outras personalidades administrassem o seu património.
(Notícia atualizada às 16:22)