França envia polícias a refinarias para evitar bloqueios no fornecimento de combustível
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, referiu esta terça-feira que ordenou o envio de polícias nas refinarias e depósitos de combustível para que sejam evitados os bloqueios que a confederação sindical CGT agendou para esta terça-feira e que deverá prolongar-se até sexta-feira. Uma ação que ocorre durante a greve dos transportes que dura desde o dia 5 de dezembro contra a reforma das pensões. Uma greve que dura há já 34 dias e que se tornou a mais longa de sempre.
"Estamos a garantir que não haja problemas de fornecimento", justificou o primeiro-ministro em declarações à rádio RTL. Depois da mensagem de Ano Novo do presidente francês Emmanuel Macron, na qual afirmou que a reforma das pensões vai avançar, a CGT anunciou um bloqueio de quatro dias às refinarias e depósitos de combustíveis.
Edouard Philippe afirmou que, embora os sindicatos tenham direito à greve, "o bloqueio é completamente ilegal". De acordo com o chefe do governo francês, "um ou dois depósitos foram bloqueados". À rádio, o primeiro-ministro pediu às autoridades locais para mobilizarem a polícia de modo a garantir que as instalações fiquem abertas e a funcionar.
O início deste bloqueio às refinarias acontece no dia em que são retomadas as negociações entre o governo e os sindicatos para que se chegue a um entendimento sobre a reforma das pensões. "É a nossa responsabilidade garantir que o futuro sistema seja equilibrado. Estou aberto a discutir todos as modalidades que permitem manter esse equilíbrio", afirmou à RTL Edouard Philippe.
Segundo a proposta do executivo, a idade prevista para reforma dos franceses deverá passar dos atuais 62 para os 64 anos a fim de equilibrar o sistema financeiro.
A proposta prevê também que os trabalhadores que se aposentarem antes dessa idade sofrerão uma redução nas suas pensões, enquanto os que saírem mais tarde da vida ativa terão um "bónus".
A proposta é considerada "inaceitável" pelos sindicatos, nomeadamente pelo CFDT, o maior sindicato francês, que, apesar de ser a favor da unificação dos atuais 42 sistemas de pensões, colocou a idade prevista para reforma como "uma linha vermelha".
À rádio RTL, o primeiro-ministro lembrou que "na Europa, as pessoas estão a trabalhar mais anos porque é a realidade democrática". Edouard Philippe espera que o projeto de lei sobre o novo sistema de pensões seja aprovado na Assembleia Nacional em março.