As japonesas têm que esperar 100 dias antes de voltarem a casar depois de um divórcio, a menos que possam provar que não estão grávidas do ex-marido, indica um projeto de lei hoje aprovado pelo Governo..O projeto do Governo conservador de Shinzo Abe surge, no dia internacional da mulher, na sequência do parecer, de dezembro, do Supremo Tribunal do Japão que reduziu para 100 dias o período legal anterior de seis meses, imposto às divorciadas que pretendiam voltar a casar..Esta revisão, ainda por aprovar pelo parlamento, vai permitir a uma mulher casar-se imediatamente se tiver uma prova médica de que não está grávida, ou se puder provar que a conceção ocorreu após o divórcio..[artigo:5049650].A alteração do código civil, que data de 1898, não é suficiente, considerou a comissão da ONU para a eliminação da discriminação das mulheres, num relatório publicado na segunda-feira, em Genebra.."O código civil continua a proibir as mulheres, e só as mulheres, de voltarem a casar durante um período preciso após um divórcio", sublinhou..Alguns países ocidentais tinham até recentemente leis semelhantes. Só em 2004, a França aboliu a proibição de voltar a casar durante 300 dias após um divórcio, imposta unicamente às mulheres..A comissão da ONU condenou ainda uma lei japonesa que obriga os casais a partilhar o mesmo nome, considerando que é discriminatória para as mulheres uma vez que "na prática são frequentemente elas que são levadas a adotar o nome do marido" (96% das mulheres mudam o nome para o do marido)..A 16 de dezembro, o Supremo Tribunal do Japão manteve este princípio que data do século XIX..A lei sobre os nomes remete para a antiga organização feudal da família no Japão, sob a qual mulheres e crianças estavam sob controlo total do chefe da família.