Deputados acusam forças de Maduro de sequestrarem a Assembleia Nacional

Os serviços de informação e a Guarda Nacional Bolivariana cercaram e invadiram o edifício onde está instalado o poder legislativo da Venezuela, onde a oposição tem a maioria, sob pretexto de haver uma bomba. Guaidó utilizou o Twitter para falar em perseguições e em" tentativa de sequestro".
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Os serviços de informação do Estado venezuelano (Sebin) e da Guarda Nacional Bolivariana cercaram e entraram na Assembleia Nacional da Venezuela, esta terça-feira, alegando que estaria uma bomba no edifício.

As forças fieis ao governo de Nicolás Maduro tomaram a Assembleia Nacional, o único órgão do poder com a maioria da oposição ao regime, e terão inclusive ocupado o gabinete do presidente Juan Guaidó, o líder da tentativa de golpe de estado. Nesta operação, terão sido arrombadas gavetas da presidência e da vice-presidência da Assembleia Nacional.

"Funcionários da equipe anti-explosivos do Sebin entraram no Palácio Federal Legislativo. Ao que parece, um suposto artefato explosivo estaria lá dentro", informou a Assembleia Nacional na sua conta oficial no Twitter.

Juan Guaidó, através do Twitter, já lançou uma acusação a Maduro. "Cobarde como é, faz com que o seu grupo de perseguições políticas ameace, não apenas os deputados eleitos pelo povo, mas também os trabalhadores da Assembleia Nacional", escreveu o rosto da oposição ao regime venezuelano, acrescentando: "Tentam sequestrar a legislatura enquanto o ditador fica entrincheirado sozinho num palácio onde não deve estar, suspeitando de todos à sua volta."

Guaidó deixou uma outra mensagem a Maduro. "Ele acha que o poder está nos edifícios, nas gavetas, num monte de chaves. O poder que um dia tiveram, perderam-no quando perderam o povo. E esta Assembleia Nacional foi eleita pelo povo e defenderá a sua legitimidade!", acrescentou.

Vários deputados fizeram questão de deixar mensagens vídeo através do Twitter, onde responsabilizam o regime venezuelano de tentar sequestrar a Assembleia nacional.

"Já não é só a perseguição aos nossos deputados, agora é também o sequestro do palácio federal legislativo, casa onde discutimos o futuro da liberdade e da democracia no nosso país. Nada nem ninguém impedirá que hoje continuemos a discutir os temas mais importantes para este país. Vamos honrar aquilo que tem sido a solidariedade internacional e o que deve ser a cooperação para devolver o país à liberdade. Através da usurpação e do uso da força não conseguirão deter a vontade inquebrantável de um povo de construir a liberdade e a democracia", disse Kerrins Mavarez.

Outro deputado, Biagio Pilieri, assumiu também num vídeo publicado na conta de Twitter da Assembleia Nacional tratar-se do "sequestro definitivo do palácio federal legislativo de Caracas". "Desde 30 de abril que não permitem a entrada aos trabalhadores da Assembleia Nacional, na semana passada, impediu-se também a entrada aos jornalistas para cobrirem as sessões da assembleia e hoje com a desculpa de um suposto artefacto explosivo, o corpo de segurança impede o povo da Venezuela, que elegeu por 14 milhões de votos, que os deputados possam ocupar-se sobre os temas do país. Apesar de tudo, os deputados vão reunir-se onde tiver de ser para que possamos mostrar ao regime que ocupa Miraflores e exigir uma solução para a saída deste conflito e desta tragédia representada por Maduro e todos os seus cúmplices:"

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