Deputada negra retratada como escrava gera indignação em França
A França reagiu com indignação a uma ilustração publicada numa revista ultraconservadora, que retrata a deputada negra Danielle Obono, do partido França Insubmissa, como uma escrava.
O caso chegou à presidência, que fez questão de divulgar que o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, ligou à advogada para lhe transmitir a sua "clara condenação de qualquer forma de racismo". Também o primeiro-ministro Jean Castex veio dizer que se trata de "uma publicação revoltante que exige clara condenação" e transmitiu a Obono todo o apoio do executivo francês.
A imagem publicada na revista Valeurs Actuelles, e que acompanha um texto de ficção, mostra Danielle Obono acorrentada pelo pescoço.
Também a visada veio pronunciar-se na rede social Twitter, onde escreveu:"A extrema-direita - odiosa, estúpida e cruel. Em resumo, igual a si própria".
A organização anti-racista SOS Racismo veio condenar o crescente discurso de ódio contra os políticos de origem africana ou árabe e disse estar a analisar as medidas legais que podem ser tomadas neste caso.
A revista nega as acusações de racismo, defendendo que o trabalho sobre Obono é uma peça de ficção, mas que "não é desagradável".
Nos últimos meses a França foi palco de muitos protestos anti-racismo, na sequência do movimento Black Lives Matter, surgido nos Estados Unidos após a morte de George Floyd às mãos da polícia.