Demite-se o diretor dos serviços secretos norte-americanos
James Clapper, o diretor dos serviços secretos norte-americanos, apresentou formalmente a demissão. Clapper, de 75 anos, anunciou a decisão esta quinta-feira, assinalando que entregou ontem a carta de demissão ao Comité dos Serviços de Inteligência do Congresso norte-americano. Continuará até janeiro, data em que Barack Obama deixa a Casa Branca para dar lugar a Donald Trump.
"Entreguei a carta de demissão ontem à noite. Soube muito bem", disse Clapper, que está à frente dos serviços secretos desde 2010, por nomeação de Obama. "Faltam-me 64 dias", acrescentou, citado pela agência Reuters.
Enquanto diretor dos serviços de informação, Clapper é o principal conselheiro do presidente dos EUA e tem sob a sua alçada as 17 agências de serviços de inteligência, da CIA ao FBI ou à Agência de Segurança Nacional (NSA na sigla original).
"Deixo este cargo preocupado com o impacto dos chamados lobos solitários e do extremismo violento dentro de fronteiras", admitiu. "A nossa nação enfrenta das mais diversas ameaças que já vi".
Em entrevista com a estação NBC, James Clapper já tinha admitido estar a contar os dias para resignar, no final da administração Obama. Com uma carreira militar de mais de 50 anos, Clapper começou no Vietname como oficial da Força Aérea, tendo vindo mais tarde a assumir a direção dos serviços de inteligência da Defesa norte-americana, antes de se retirar para trabalhar no sector privado. Regressou ao governo em setembro de 2001, para dirigir a agência de mapeamento e imagem, até que foi convidado por Obama para assumir a liderança dos serviços secretos.
Os membros do Comité dos Serviços de Inteligência pediram a Clapper, ironizando, para ficar mais quatro anos - durante a presidência de Trump. O responsável retorquiu, entrando no jogo, que a mulher teria "provavelmente" um problema com isso.