Coronavírus. Taxa de mortalidade a zero até aos 9 anos, maior risco a partir dos 80
O maior estudo levado a cabo sobre o coronavírus sugere que os idosos e os doentes são os mais vulneráveis
Um estudo publicado pelas autoridades chinesas sugere que os doentes e os idosos são os grupos mais propícios a morrer por coronavírus. Em termos percentuais, a taxa de mortalidade vai aumentando gradualmente com o avançar da idade: até aos nove anos permanece a zeros, mas entre os 60 e os 69 anos supera os 3%, entre os 70 e os 79 ronda os 8% e a partir dos 80 chega perto aos 15%.
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Os dados do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças (CCDC), baseados em mais de 44 mil casos, mostram que mais de 80% dos casos de infeção foram leves, enquanto 13,8% foram classificados como graves e apenas 4,7% como críticos.
A taxa de mortalidade a província de Hubei, onde começou o surto, é de 2,9%, enquanto no resto da China é de 0,4%. A nível geral, a taxa de mortalidade do Covid-19 é de 2,3%. O número permanece baixo, em termos gerais, mas vai aumentando com a idade.
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Em termos de género, os homens têm maior probabilidade de morrer (2,8%) do que as mulheres (1,7%).
O estudo também revela que os pacientes com doenças cardiovasculares são os que estão em maior risco, seguidos pelos que têm diabetes, doenças respiratórias crónicas e hipertensão.
Também as equipas médicas dos hospitais são um grupo de risco. O documento diz que 3.019 profissionais de saúde foram infetados e que cinco morreram até 11 de fevereiro, último dia dos dados incluídos na pesquisa. Foi confirmada esta terça-feira, a morte do diretor do hospital de Wuhan. Morreu também o oftalmologista que denunciou a existência do vírus.
De acordo com os últimos dados, o número total de mortes é de 1.868 e o de infetados é de 72.436. Além de 1.868 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan. Embora cerca de trinta países tenham casos diagnosticados com Covid-19, a China regista perto de 99% do total global de infetados.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Um estudo divulgado no início deste mês levado a cabo por investigadores de uma universidade chinesa identificou o pangolim como o "possível hospedeiro intermediário" que facilitou a transmissão do vírus, que começou a ser propagado no final do ano passado.