Coreia do Norte lançou satélite. Míssil, denuncia comunidade internacional
A Coreia do Norte assegura que o lançamento que fez hoje de um foguete ('rocket') de longo alcance foi bem-sucedido e que colocou em órbita um satélite espacial de observação terrestre.
O anúncio do regime de Pyongyang foi feito através da televisão estatal norte-coreana e, segundo a mensagem que foi lida por uma apresentadora, o "satélite de observação da terra Kwangmyong 4" está em órbita.
Fontes dos Governos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos da América confirmaram o êxito desta operação da Coreia do Norte, que é considerada pela comunidade internacional como um teste encoberto de mísseis balísticos.
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No comunicado lido na televisão, a Coreia do Norte reclama o seu "direito legítimo" de "usar o espaço com fins pacíficos e independentes" e promete "lançar mais satélites no futuro", no seguimento da política de "dar prioridade à ciência e à tecnologia".
A televisão divulgou também imagens do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a celebrar o êxito da operação ao lado de funcionários que estiveram na sala de comando.
A Coreia do Norte lançou um foguete ('rocket') de longo alcance, às 09:00 locais (00:30 em Lisboa).
Peritos da Coreia do Sul estimam que o 'rocket' possa ter um alcance de mais de 10 mil quilómetros, uma distância superior à que separa a península coreana do território continental dos Estados Unidos da América.
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Pyongyang realizou um teste nuclear a 6 de janeiro e havia anunciado na semana passada o lançamento, este mês, de um foguetão transportando um satélite, que a maioria da comunidade internacional vê como uma dissimulação para um teste de mísseis balísticos que viola resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir-se de urgência hoje em Nova Iorque por causa do lançamento deste 'rocket', noticiou a agência AFP, citando fontes diplomáticas.
A reunião foi pedida pelos Estados Unidos e pelo Japão, membros do Conselho de Segurança, e pela Coreia do Sul.
Numa carta conjunta enviada à Presidência do Conselho de Segurança, citada pela AFP, EUA e Japão sublinham que "o lançamento hoje de um alegado 'satélite' pela Coreia do Norte viola resoluções da ONU" que proíbem Pyongyang de qualquer atividade balística ou nuclear.
A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, por seu turno, afirmou que "o Conselho de Segurança das Nações Unidas devia tomar rapidamente medidas punitivas fortes" contra a Coreia do Norte.
No sábado, o Presidente norte-americano, Barack Obama, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, concordaram responder às "provocações da Coreia do Norte" com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU "com impacto".
"Os líderes salientaram a importância de uma resposta internacional forte e unida às provocações da Coreia do Norte, incluindo por meio de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU com impacto", precisou a Presidência norte-americana. "O programa de mísseis e armas nucleares da Coreia do Norte representa uma séria ameaça aos nossos interesses - incluindo a segurança de alguns dos nossos aliados mais próximos - e mina a paz e a segurança na região", lê-se num comunicado da principal assessora para assuntos de segurança nacional do Presidente norte-americano, Susan Rice. No mesmo texto, Susan Rice insta a comunidade internacional a manter-se unida para mostrar à Coreia do Norte que as suas ações "devem ter graves consequências".
Para os Estados Unidos, o lançamento do 'rocket' da Coreia do Norte é "desestabilizador e provocador".
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