Consultor republicano comprou bilhetes para a tomada de posse de Trump com dinheiro ucraniano
Sam Patten, um consultor político republicano ligado a Paul Manafort e à Cambridge Analytica, admitiu ter angariado 50 mil dólares (cerca de 43 mil euros) de um oligarca ucraniano para a tomada de posse de Donald Trump.
A confissão faz parte do acordo judicial que foi divulgado esta sexta-feira, noticiam os jornais norte-americanos. Sam Patten reconhece que usou o dinheiro para comprar bilhetes para a cerimónia de tomada de posse, em janeiro de 2017, para o oligarca ucraniano e um sócio russo. O fundo da tomada de posse não permite o financiamento por parte de estrangeiros.
Esta confissão foi feita no acordo em que o consultor se considerou culpado de fazer lobby ilegal nos EUA a favor de políticos ucranianos pró-Rússia. Como parte do acordo, Sam Patten concordou cooperar com a investigação sobre a ligação entre a campanha de Trump e as interferências russas nas eleições presidenciais de 2016.
O grupo para o qual trabalhou como lobbista (o partido Opposition Bloc) também empregou Manafort, antigo diretor de campanha de Trump em 2016. Este crime - de lobby ilegal - é punido com pena de prisão até cinco anos.
Nos documentos é explicado como Patten formou um grupo de consultoria nos EUA com Konstantin Kilimnik, um político russo alegadamente ligado aos serviços secretos. Kilimnik é identificado como "estrangeiro A" nos documentos, e trabalhou também com Manafort, que também foi consultor do partido Opposition Bloc na Ucrânia.
Patten mentiu no Comité de Justiça ter encoberto a identidade dos compradores dos bilhetes para a tomada de posse de Trump. Uma vez que quando descobriu que os estrangeiros não podiam comprar estes ingressos, usou o nome de um cidadão americano na compra de quatro exemplares. Não entrou documentos pedidos pelo comité, deu pistas erradas e depois da sua audição apagou os ficheiros do seu trabalho com os ucranianos.