Chanceler austríaco demite-se sob pressão do partido e da extrema-direita
O chanceler austríaco e líder do partido social-democrata SPÖ, Werner Faymann, demitiu-se hoje de todas as suas funções, duas semanas depois de o partido ter sido derrotado na primeira volta das eleições presidenciais. "Ele demite-se de todas as suas funções", afirmou hoje Anja Richter, uma porta-voz da chancelaria, em declarações à agência noticiosa francesa AFP.
O vice-chanceler da Áustria, Reinhold Mitterlehner, vai assumir interinamente as funções de chanceler depois da demissão de Werner Faymann. Reinhold Mittelehner é dirigente do Partido Popular (OVP) austríaco, que faz parte da coligação governamental austríaca.
Em 24 de abril, o candidato da extrema-direita Norbert Hofer foi o mais votado na primeira volta das eleições presidenciais austríacas e o candidato do SPÖ foi afastado da corrida eleitoral.
Pela primeira vez, o SPÖ e o partido conservador (ÖVP), que governam a Áustria em coligação desde 2008, foram afastados nesta fase do escrutínio, cuja segunda volta está agendada para 22 de maio.
Este resultado, inédito desde a Segunda Guerra Mundial, provocou estragos no seio das duas forças políticas, nomeadamente nos sociais-democratas, onde a legitimidade de Faymann já estava a ser questionada.
Está prevista para hoje uma reunião dos órgãos do partido.
Na primeira volta das presidenciais, o candidato do partido de extrema-direita FPÖ, Norbert Hofer, obteve 36,4% dos votos, o que representou o melhor resultado da força política numa eleição nacional na Áustria desde a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945).
Um ecologista, Alexander Van der Bellen, foi pela primeira vez o segundo candidato mais votado, com 20,4% dos votos.
O candidato social-democrata Rudolf Hundstorfer e o conservador Andreas Khol foram afastados da corrida presidencial ao conseguirem apenas 11,2% dos votos cada um.