Futuro líder da Generalitat assegura que irá trabalhar para a independência

Quim Torra deve ser eleito presidente da Generalitat com os votos favoráveis do Junts per Catalunya e da Esquerda Republicana da Catalunha e a abstenção da Candidatura de Unidade Popular

O candidato à presidência do Governo da Catalunha, Quim Torra, assegurou hoje em Barcelona que irá trabalhar para construir uma República independente, se for eleito esta tarde, como se espera, pelo parlamento daquela região espanhola.

"Todos irão ganhar direitos com a República", disse Torra durante a apresentação do seu programa perante os parlamentares regionais, defendendo uma "nação plena" catalã e sublinhando que "ninguém irá perder direitos. A República é para todos e não interessa em quem se vote".

Quim Torra anunciou que irá criar um "conselho de Estado no exílio" com o ex-presidente regional Carles Puigdemont, que considerou ser "o presidente legítimo" da Catalunha.

O candidato também defendeu a criação de uma assembleia constituinte para elaborar uma Constituição para a futura República catalã.

O parlamento da Catalunha deverá eleger ao final da manhã ou no início da tarde de hoje Quim Torra como novo presidente desta região espanhola, que assim recupera o seu estatuto de autonomia perdido em outubro de 2017 com a tentativa de independência liderada por Carles Puigdemont.

Quando o candidato eleito formar o Governo regional (Generalitat), terminará a tutela política imposta por Madrid na Catalunha na sequência da proclamação unilateral da independência da região em 27 de outubro de 2017.

A eleição põe também fim a um impasse político de quase cinco meses depois das eleições regionais de 21 de dezembro em que os partidos independentistas voltaram a ter uma maioria no parlamento da Catalunha.

Quim Torra foi indicado pelo ex-presidente catalão Carles Puigdemont, que se encontra na Alemanha a aguardar uma decisão sobre o mandado europeu de detenção emitido pela justiça espanhola que espera pela sua extradição para o julgar.

Torra é uma das figuras menos conhecidas dos independentistas catalães, mas em 2015 dirigiu durante vários meses a poderosa associação cívica separatista Omnium Cultural.

O Governo espanhol de Mariano Rajoy já avisou que poderia a qualquer momento voltar a intervir na Catalunha se Quim Torra violar a Constituição espanhola.

O porta-voz do executivo espanhol, Ínigo Méndez de Vigo, assegurou na sexta-feira que Madrid não "terá dúvidas em voltar a atuar com firmeza" se se repetir uma situação como aquela que levou à intervenção do Governo central na Catalunha.

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