Novo balanço: Carga policial fez 893 feridos na Catalunha
Barcelona foi a região com mais feridos. Ação da polícia amplamente criticada
O governo da Catalunha informou esta segunda-feira que 893 pessoas receberam atendimento médico na sequência dos confrontos e incidentes com a polícia no domingo, que tentava impedir a realização do referendo pela independência da região. Quatro destas pessoas apresentavam ferimentos graves e continuam hospitalizadas, mas estão estáveis.
Segundo as autoridades de saúde catalãs, a região com mais feridos foi Barcelona, onde 384 pessoas pediram apoio médico.
Na região de saúde de Girona foram atendidos 250, na de Lleida 111, na de Tierras del Ebro 58, na da Catalunha Central 47, na de Camp de Tarragona 42 e na do Alt Pirineu i Aran um.
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Várias pessoas relataram que a polícia disparou balas de borracha em Barcelona e a violência dos agentes foi criticada por várias figuras, incluindo o líder do governo catalão e a autarca de Barcelona.
Carles Puigdemont criticou logo nas primeiras horas do referendo o "uso injustificado, irracional e irresponsável da violência por parte do Estado espanhol", que o "envergonhará para sempre", e a presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, afirmou em conferência de imprensa que o primeiro-ministro Rajoy devia demitir-se, denunciando o alto número de feridos.
Por outro lado, o Ministério do Interior espanhol afirmou que 33 agentes da polícia ficaram feridos, segundo o El Mundo. No domingo, o ministério publicou nas redes sociais um vídeo que mostrava agentes da Guardia Civil a serem apedrejados por dezenas de pessoas numa localidade de Tarragona.
Também nas redes sociais foram publicados vários vídeos das cargas policiais na Catalunha, para onde foram destacados milhares de agentes da Guardia Civil e da Policia Nacional. Os agentes tentavam encerrar os centros eleitorais, numa ação que teve momentos muito violentos, que passaram nas televisões de todo o mundo.
Ainda assim, o governo regional (Generalitat) anunciou na madrugada de segunda-feira que 90% dos catalães votaram a favor da independência no referendo, tendo exercido o direito de voto 42 por cento dos 5,3 milhões de eleitores.
A consulta popular foi marcada pela Generalitat, dominada pelos separatistas, tendo o Estado espanhol, nomeadamente o Tribunal Constitucional, declarado que a consulta era ilegal.