A Comissão Europeia manifestou esta quarta-feira a sua oposição à decisão do Governo belga de cobrar uma taxa de 50 euros aos jornalistas belgas e aos jornalistas estrangeiros radicados na Bélgica que se credenciem para cimeiras em Bruxelas.."A Comissão Europeia não gosta da legislação belga que entrou em vigor a 01 de junho. A Comissão não introduzirá esta taxa", começou por vincar a porta-voz do executivo comunitário, na conferência de imprensa diária da instituição..Mina Andreeva esclareceu que a Comissão Europeia discorda da taxa, por acreditar que "os jornalistas devem fazer o seu trabalho nas melhores condições possíveis".."Partilho as vossas preocupações. Não é algo que a Comissão apoie. Cada indivíduo pode apresentar queixa à Comissão, que a avaliará. Se recebermos queixas, temos mecanismos para analisá-las com base na lei", sublinhou..O Governo belga instaurou uma tarifa de 50 euros para suportar os gastos gerados pelos controlos de segurança exigidos para o acesso a "locais sensíveis", incluindo o edifício do Conselho Europeu em Bruxelas, onde decorrem as reuniões semestrais dos líderes dos 28. A taxa, com a acreditação, será válida durante seis meses..O Parlamento belga aprovou esta taxa em 23 de fevereiro, mas os meios de comunicação só foram informados da sua entrada em vigor em 01 de junho, durante o processo de renovação das suas acreditações semestrais para as cimeiras europeias, tendo o tema suscitado polémica em Bruxelas durante a última terça-feira..A medida será efetiva a partir da próxima cimeira de chefes de Estado e Governo, agendada para 18 de outubro..De acordo com dados do Conselho Europeu, entre 1.200 e 1.300 jornalistas pedem acreditação para as cimeiras europeias, 700 dos quais são belgas ou estrangeiros com residência na Bélgica.