Britânico ligado a casos de coronavírus diz estar "totalmente recuperado"

Um empresário britânico que contraiu o novo coronavírus detetado em dezembro na China, e apontado como fonte de propagação do vírus nas suas viagens, anunciou esta terça-feira estar "totalmente recuperado".
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Steve Walsh, proveniente da cidade de Hove, no sul da Inglaterra, foi infetado pelo novo coronavírus numa conferência em Singapura, em janeiro.

Na viagem de regresso ao Reino Unido, o empresário esteve durante vários dias num chalé de uma estância de esqui nos Alpes franceses, onde vários britânicos, incluindo uma criança de nove anos, foram diagnosticados com o vírus.

Cinco pessoas foram hospitalizadas na França e um homem na ilha espanhola de Maiorca.

Walsh está ainda ligado a pelo menos outros cinco casos de coronavírus, incluindo dois médicos, no Reino Unido. Um desses médicos trabalhava num centro médico de Brighton que fechou.

"Gostaria de agradecer ao NHS [Serviço Nacional de Saúde] pela ajuda e cuidados. Estou totalmente recuperado e os meus pensamentos estão com aqueles que contraíram o coronavírus", declarou Walsh em comunicado escrito do hospital londrino, onde ainda se encontra em quarentena.

O empresário britânico explicou que entrou em contacto com os serviços de saúde assim que percebeu que tinha sido exposto a um caso confirmado do novo coronavírus. "Fui aconselhado a ir para uma sala isolada no hospital, apesar da ausência de sintomas, e depois permanecer isolado em casa", indicou.

"Quando o diagnóstico foi confirmado, fui encaminhado para uma unidade de isolamento no hospital, onde ainda estou, e, como precaução, a minha família também foi aconselhada a permanecer em isolamento", elucidou Walsh.

Apelidado de "super propagador" pela imprensa popular britânica, este homem é um responsável de vendas, de cerca de 50 anos, e pai de dois filhos, segundo o tabloide The Daily Mail.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infetados, segundo o balanço divulgado esta terça-feira.

Na segunda-feira, de acordo com os dados anunciados pela Comissão Nacional de Saúde da China, registaram-se no território continental chinês 108 mortes e foram detetados 2.478 novos casos de infeção, para um total de 42.638, em especial na província de Hubei (centro), onde perto de 60 milhões de pessoas permanecem em quarentena.

O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, atinge também a região chinesa de Macau (10 casos de infeção) e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.

Na Europa, contam-se desde segunda-feira 43 infetados, com quatro novos casos detetados no Reino Unido, onde a propagação do vírus foi declarada uma "ameaça séria e iminente para a saúde pública".

A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.

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