O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, elegeu esta segunda-feira como inspiração o antigo presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt para a sua estratégia de relançamento da economia do Reino Unido afetada pela pandemia covid-19.."Acho que este é o momento de uma abordagem 'Rooseveltiana' no Reino Unido", afirmou Johnson à Times Radio, numa referência ao "New Deal" implementado durante a Grande Depressão da década de 1930, marcado pela intervenção do Estado e por projetos de obras públicas para estimular a economia..O primeiro-ministro falava na véspera de um discurso em que deverá anunciar um programa de investimentos maciço em infraestruturas no país..Durante a campanha eleitoral em dezembro, Boris Johnson já havia prometido injetar milhões nos serviços públicos.."O que vamos fazer nos próximos meses é reforçar o nosso programa inicial, que era focado em investimentos, em infraestruturas, educação, tecnologia, para reunificar o país", afirmou o líder conservador..Confinamento resultou numa queda de 20,4% do PIB britânico registada em abril.Este programa inclui, nomeadamente, um plano de reconstrução escolar dotado de mil milhões de libras (1.100 milhões de euros)..O ministro das Finanças, Rishi Sunak, deverá apresentar um orçamento no outono, disse Boris Johnson, garantindo que não vai haver um regresso à austeridade que marcou os últimos 10 anos do Partido Conservador no poder, iniciados quando David Cameron era primeiro-ministro..O confinamento decretado para conter a pandemia da covid-19 resultou numa queda de 20,4% no Produto Interno Bruto (PIB) britânico apenas em abril, um recorde histórico..Sem apoio estatal, a taxa de desemprego poderá atingir níveis nunca vistos desde os anos 1980, superando o pico de 3,3 milhões registados em 1984, noticiou o jornal o Observer no domingo, citando uma análise dos serviços parlamentares.."Eu penso que as pessoas sentem instintivamente que vai ser difícil. Assistimos a uma grande queda no nosso PIB e todos percebem que vão haver tempos difíceis, mas o Reino Unido é uma economia incrivelmente dinâmica e resiliente e vamos ultrapassar isto muito bem", garantiu.