Ataques suicidas na Nigéria matam pelo menos 30 pessoas
Pelo menos 30 pessoas morreram hoje na cidade nigeriana de Madagali, no estado de Adamawa, quando duas bombistas-suicidas se fizeram explodir num mercado local, segundo voluntários civis que apoiam o Exército na luta contra o grupo terrorista Boko Haram.
O mercado em que as duas mulheres, que levavam os explosivos presos aos corpos, cometeram o atentado fica próximo de uma estação de autocarros e é muito frequentado.
Embora o Exército tenha confirmado a ocorrência, ainda não avançou um número exato de mortos.
O ataque tem lugar após pelo menos 35 pessoas terem sido assassinadas entre domingo e hoje em vários atentados na cidade de Maiduguri, capital do estado de Borno e situada, tal como Madagali, no nordeste do país, região de população muçulmana e epicentro da atividade do Boko Haram.
Em agosto do ano passado, a presença do Boko Haram - que pretende estabelecer um Estado islâmico independente no país mais populoso da África - em Madagali provocou um êxodo de residentes para a capital do estado, Yola.
O Governo nigeriano falou há dias sobre os seus avanços na luta contra o grupo fundamentalista islâmico, afirmando que destruiu boa parte da sua capacidade militar e recuperou os territórios mais importantes que os terroristas tinham tomado.
O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, que determinara o dia 31 de dezembro como prazo para exterminar o Boko Haram, declarou que o Governo havia "tecnicamente" derrotado o grupo, mas os recentes atentados mostram que os seus militantes permanecem capazes de causar uma carnificina em massa.
O grupo, que tem dirigido os seus ataques nos últimos meses contra objetivos considerados fáceis, como mercados, estações de autocarros e outros lugares onde os civis se concentram, matou cerca de 12.000 pessoas nos últimos cinco anos, 3.000 das quais só em 2014, segundo as autoridades nigerianas.