Ataques da Rússia matam pelo menos 30 pessoas na cidade de Raqa
Pelo menos 24 das vítimas mortais serão civis
Os ataques aéreos da Rússia contra Raqa, bastião do grupo extremista Estado Islâmico no norte da Síria, mataram pelo menos 30 pessoas, entre militantes 'jihadistas' e civis, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A organização - com sede em Londres e que se opõe ao governo sírio - contabilizou dez raides aéreos visando a cidade de Raqa e seus arredores, que fizeram ainda, pelo menos, 70 feridos.
O observatório, citado pela agência francesa AFP, adiantou que "pelo menos 24 dos 30 mortos são civis".
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A Rússia, aliada do regime do Presidente sírio Bashar al-Assad, confirmou que seis aviões Tupolev desencadearam ataques na zona de Raqa, com o objetivo, conseguido, de demolir "uma fábrica de armas químicas, nos arredores noroeste da cidade".
O Ministério da Defesa russo adiantou que os ataques destruíram ainda um armazém de armas e um campo de treino do Estado Islâmico, nas zonas norte e sudeste da cidade.
Segundo Moscovo, o grupo extremista sofreu "danos materiais significativos" e "um grande número de combatentes foi morto".
Os ataques aconteceram um dia depois de a Rússia ter anunciado que cumprirá um cessar-fogo de três horas, todos os dias para permitir o acesso da ajuda humanitária à cidade sitiada de Alepo, onde se travam os mais fortes combates entre as forças leais a al-Assad e grupos combatentes rebeldes que contestam o regime.
As Nações Unidas alertaram que é urgente o acesso da ajuda humanitária a Alepo, frisando que existe um grave risco de falta de água e proliferação de doenças.
O conflito na Síria, desencadeado em 2011 após a repressão de manifestações pacíficas contra o regime, já fez mais de 290.000 mortos, obrigou à fuga mais de metade da população do país e provocou uma grave crise humanitária.