Trump continua a tentar alterar resultados eleitorais
Presidente cessante continua a por em causa os resultados no estado do Michigan e a vitória final de Joe Biden, nas eleições de dia 3 de novembro.
O Presidente cessante dos Estados Unidos deu sequência a mais uma tentativa para bloquear a vitória de Joe Biden nas presidenciais norte-americanas de 3 de novembro, pondo novamente em causa os resultados no estado do Michigan.
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Segundo a Associated Press (AP), Donald Trump chamou esta sexta-feira à Casa Branca dois influentes juízes estaduais do Michigan, estado que o candidato democrata venceu com mais de 154 mil votos de vantagem (resultados provisórios), para dar continuidade à ideia de convencer juízes e legisladores locais a deixar de lado o voto popular e trocar por eleitores escolhidos pelos republicanos.
A deslocação de dois altos funcionários da justiça do Michigan a Washington ocorre na mesma altura em que começou, esta sexta-feira, a recontagem dos votos nos dois condados mais democratas do Wisconsin, com a campanha de Trump a tentar descartar dezenas de milhar de votos de votos de eleitores ausentes que, alegou, não deveriam ter sido contados.
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As três objeções de Trump na tentativa de anular os votos foram rejeitadas pelos três membros do conselho do condado de Dane. Espera-se que Trump apresente as mesmas objeções no condado de Milwaukee antes de uma contestação no tribunal assim que a recontagem for concluída, talvez na quarta-feira, refere a AP.
Biden venceu no Wisconsin por 20 600 votos e venceu os condados de Dane e Milwaukee. Trump só pagou as recontagens nesses dois condados, mas não nos outros 70, em que obteve a vitória em 58 deles.
A AP lembra que não há precedentes para uma recontagem que supere um défice tão grande quanto o de Trump no Wisconsin, pelo que a sua estratégia é amplamente vista como, lê-se na AP, "mais uma tentativa para criar um caso para levar a tribunal".
Ainda em relação ao Michigan, no início desta semana, Trump convocou pessoalmente dois funcionários do conselho de campanha que se recusaram a certificar os resultados no condado de Wayne, o mais populoso do estado e que votou esmagadoramente em Biden. Os dois responsáveis da campanha republicana, refere a AP, terão concordado em certificar os resultados, mas, após um telefonema de Trump, mudaram de ideias.
Alguns legisladores do Michigan relataram ter sido inundados com telefonemas e correios eletrónicos de partidários de Trump para exigir uma intervenção, tendo respondido que a lei estadual "exige claramente" que os eleitores sejam indicados pelo partido que obtiver a maioria dos votos - "a lei não permite a nomeação ou aprovação de eleitores alternativos".
O esforço no Michigan, prossegue a AP, está entre "as várias táticas de última hora" que Trump e aliados estão a utilizar para evitar uma derrota eleitoral.
Convite à liderança legislativa republicana da Pensilvânia
A equipa de Trump também sugeriu um desafio legal na Pensilvânia para que se anulasse o voto popular e se pressionasse as autoridades do condado do Arizona a atrasar a certificação das contagens de votos. Na Casa Branca, as discussões estavam em andamento sobre a extensão de um convite à liderança legislativa republicana da Pensilvânia também.
Esta sexta-feira à tarde, a Casa Branca, entretanto, negou que Trump tenha a intenção de pressionar legisladores do Michigan para que não certifiquem os resultados eleitorais. "[Trump] estará numa reunião mais tarde. Esta não será uma reunião para defender [a sua causa], nem se falará da campanha. É uma reunião rotineira que envolve legisladores de todo o país", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany.
Por outro lado, quinta-feira à noite, foi anunciado que a recontagem dos votos das eleições presidenciais norte-americanas no estado da Geórgia confirmou a vitória de Biden. A contagem inicial deu ao democrata apenas cerca de 14 mil votos à frente de Trump, o que obrigou a uma recontagem manual. A diferença diminuiu ligeiramente, ficando Joe Biden agora com uma vantagem de pouco mais de 12 200 votos.
A diferença entre os dois candidatos é ainda muito pequena e Trump, que contesta a derrota, pode, por isso, solicitar nova recontagem, esclareceu o gabinete do secretário de estado da Geórgia, responsável pelas eleições.
Biden foi declarado vencedor das eleições presidenciais a 7 de novembro, depois de ter conquistado três importantes estados: Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.
Biden tem 306 delegados ao Colégio Eleitoral, contra os 232 de Trump. Para obter a vitória necessitava de 270 "grandes eleitores".