Luís Montenegro e Lula da Silva na receção ao presidente brasileiro no 25 de Abril do ano passado.
Luís Montenegro e Lula da Silva na receção ao presidente brasileiro no 25 de Abril do ano passado.Foto: EPA / António Cotrim.

Montenegro vai ao Brasil. “Portugal precisa de jovens e famílias", diz

Primeiro-ministro vai ao Rio de Janeiro para a cimeira das maiores economias do mundo e depois segue para São Paulo. Antes da viagem, falou à imprensa brasileira sobre imigração e “não é não” ao Chega.
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O primeiro-ministro Luís Montenegro cumpre, a partir desta segunda-feira (18), uma agenda de três dias no Brasil. A viagem tem como destaque a participação na cimeira do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, evento no qual Portugal entra como país observador convidado pela presidência brasileira do bloco.

Montenegro embarca para o lado de lá do Atlântico depois de ter deixado um recado de amizade àquele país. Em entrevista concedida ao jornal brasileiro Folha de S. Paulo ainda em Lisboa, o governante afirmou que “Portugal é um país multicultural” que “precisa de imigrantes, sobretudo jovens e famílias”. Os brasileiros representam, atualmente, 35% de todos os estrangeiros com autorização de residência segundo dados do relatório da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) deste ano.

O primeiro-ministro também reiterou “o compromisso do governo com o Acordo sobre a Mobilidade da CPLP” [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], mecanismo que garante um “canal prioritário da imigração de que Portugal precisa”.

Luís Montenegro não se furtou a responder sobre o relacionamento do Governo com a extrema-direita. Questionado sobre o “cordão sanitário” que prometeu, quando eleito, ao Chega, reforçou a decisão. “Quando disse ‘não é não’ a fazer um acordo, fui muito claro em relação a considerar que havia ideias e posturas, radicalismo e imaturidade nesse partido que não abriam essa possibilidade. Naturalmente que cumprirei o meu compromisso e até posso acrescentar que o tempo tem-me dado razão”.

Agenda

No Rio de Janeiro, Montenegro faz sua única intervenção logo nas atividades iniciais do G20. Na manhã do primeiro dia, vai ser lançada a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, seguida de intervenções dos representantes dos países signatários desta iniciativa, aos quais se junta Portugal. Luís Montenegro fala na sessão intitulada “Inclusão Social e Luta Contra a Fome e a Pobreza”. Pela tarde, participa da sessão “Reforma das Instituições de Governação Global”, em encontros bilaterais ainda não divulgados e num jantar oferecido pelo presidente Lula da Silva.

Na terça-feira (19), o governante marca presença na sessão “Desenvolvimento Sustentável e Transição Energética”, na apresentação dos relatórios de conclusões da cimeira e na cerimónia de encerramento. Depois, segue agenda diplomática com uma visita ao Real Gabinete Português de Leitura, onde vai deixar 13 volumes da obra completa do filósofo Eduardo Lourenço, uma edição da Fundação Calouste Gulbenkian. No fim da tarde, participa de uma receção à comunidade portuguesa no Consulado-Geral de Portugal.

Montenegro encerra a visita ao Brasil em São Paulo. Na quarta-feira (20), tem um almoço com a comunidade emigrante na Casa de Portugal e segue para uma visita ao Museu da Língua Portuguesa. Deixa no emblemático museu três volumes da obra completa de Luís de Camões, da investigadora Maria Vitalina Leal de Matos.

caroline.ribeiro@dn.pt

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