"A Extinção da Liberdade" no aniversário da "The New Yorker"
A capa que marca o 92º aniversário da revista "The New Yorker" rompeu com a tradição e é ilustrada com a Estátua da Liberdade com a tocha apagada, em resposta às políticas de Trump
Todos os anos, na edição de aniversário, a The New Yorker coloca na capa a silhueta da personagem Eustace Tilley, uma criação de Corey Ford usada na primeira edição pelo então editor de arte da revista, Rea Irvin. Este ano, isso não acontece. A atual responsável pelo grafismo, Françoise Mouly, optou por celebrar os 92 anos da publicação com uma imagem da tocha apagada da Estátua da Liberdade.
"Como resposta às primeiras semanas da administração Trump, especialmente em relação às ordens executivas sobre imigração, destacamos a imagem negra e desconfortável de John W. Tomac, "A Extinção da Liberdade", explicou Mouly, referindo-se à ordem executiva do presidente norte-americano que proíbe, durante 90 dias, a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países muçulmanos, designadamente do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen. A ordem foi entretanto suspensa por um juiz federal de Seattle e a suspensão vai manter-se válida até que o procurador-geral de Washington faça uma revisão completa da queixa apresentada.
"A Estátua da Liberdade e a sua tocha reluzente costumavam saudar os novos imigrantes. E, ao mesmo tempo, eram símbolo dos valores da América. Agora, parece que a luz se apagou", completa Tomac.
Ao longo dos anos, a The New Yorker, fundada por Harol Hoss em 1925, tem mostrado na capa várias recriações de Eustace Tilley, incluindo uma do português Jorge Colombo, em 2014, feita com recurso a uma aplicação para iPhone.
