O nome não reúne “ainda consenso” nas bases do partido, referem ao DN dirigentes do PSD, mas é uma aposta da “velha guarda”, com quem muitas vezes teve “afrontas”, mas que agora o apoia, na convicção de que, “todos juntos na divisão” [vários candidatos contra Albuquerque], vai “enfraquecer” o líder do partido e presidente do Governo Regional “até à derrota” e, ao mesmo tempo, não permitir uma “concentração” de apoios em Manuel António Correia..O aparente objetivo é que, numa segunda volta nas eleições internas - a confirmar-se um congresso para o qual estão a ser reunidas assinaturas e que pode determinar um novo processo eleitoral no PSD-M -, o confronto final seja decidido entre o antigo secretário Regional, Manuel António Correia, o atual deputado na Assembleia da República, Pedro Coelho, e o secretário Regional da Educação, Jorge Carvalho - que é para o antigo líder madeirense, apurou o DN, o mais preparado de todos e afastado de tudo o que tem envolvido o Governo de Miguel Albuquerque..Ao DN, o ex-presidente da autarquia de Câmara de Lobos limitou-se a um “não”, recusando, apesar de questionado, sem mais palavras, dar mais explicações sobre os “apoios” - que também surgem de setores mais jovens do PSD-M. .Alberto João Jardim já assumiu, sem referir o nome do Pedro Coelho e deixando implícito o de Jorge Carvalho, que “o PSD-M precisa de uma nova liderança, mas sem estes grupos de agora: o grupo dos renovadinhos [de Miguel Albuquerque] e o grupo do Manuel António”, seu antigo secretário Regional durante 15 anos..Manuel António Correia já garantiu que será candidato “seja contra quem for” e aguarda pelo que pode acontecer na votação do Orçamento, a 12 de dezembro, e na votação da moção de censura agendada para dia 17 de dezembro..Miguel Albuquerque, por seu lado, também já assegurou, ao DN, que irá a votos em eleições internas se isso vier a acontecer. E depois, “naturalmente”, vai a votos numas Regionais antecipadas que devem acontecer a meio de fevereiro, provavelmente no dia 20..Alberto João Jardim, sendo o mais destacado dirigente da “velha guarda”, tem estado, garantem ao DN dirigentes do partido, “muito ativo” em contactos contra “um Albuquerque incapaz de unir”. O antigo presidente do Governo Regional defende um Governo PSD sem Albuquerque, porque a “Madeira não pode ficar prisioneira de um homem só”. .O primeiro sinal de alerta, no PSD, surgiu em 2011 [era líder Alberto João Jardim], com a perda de quase 20 mil votos nas Eleições Regionais. O segundo, em 2013 com a perda de 25 mil votos e da hegemonia nas autarquias. O terceiro, em 2019 nas Eleições Regionais: pela primeira vez, o PSD, agora sob a liderança de Albuquerque, perde a maioria absoluta e precisa do CDS. E o mesmo acontece em 2023 e, desta vez, são CDS e PAN que seguram o Governo e garantem os 24 deputados necessários. .Em maio 2024, a queda eleitoral acentua-se. O PSD tem o seu pior resultado de sempre (19 eleitos), mas Ireneu Barreto, representante da República, acredita que o acordo parlamentar com CDS (2 deputados), o apoio do PAN (1 deputada) - se os “valores e princípios” do partido fossem respeitados - e que a promessa do Chega (4 deputados), que 8 dias após as eleições já falava em “afastar” Albuquerque, eram garantias de “condições formais e políticas”. Não foram. Na prática, Albuquerque ficou preso a uma “estabilidade” de 21 deputados que não confirmou o argumento da “não-hostilização” que Ireneu Barreto disse ter recebido de Chega, IL e PAN, mas que todos negaram ter dado..Marcelo Rebelo de Sousa, por essa altura, endossava todas as responsabilidades para o representante da República, que “decidiu formar um Governo numa determinada base, invocando, nomeadamente, que tinha a maioria para ver o Programa do Governo viabilizado e depois o Orçamento da região viabilizado (…). Foi uma opção livre do único que é competente para decidir”..Há poucos dias, o Presidente disse ser necessário “esperar para ver o que sucede, e depois o senhor representante da República atuará em conformidade". E depois, novo endossar: Ireneu Barreto “irá examinar o sentido da votação da moção de censura e, depois, obviamente, como de costume, se for caso disso, em vários cenários, ouvirá os partidos políticos”. Porém, a última palavra é de Marcelo.