"O TPI, como instituição judicial, atua estritamente no âmbito do quadro legal do Estatuto de Roma", o tratado que o fundou, acrescentou a mesma fonte à agência espanhola Efe, numa primeira reação ao discurso do conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos da América, John Bolton. .O assessor norte-americano, que foi um dos maiores críticos do tribunal de Haia desde o seu estabelecimento, em 2002, classificou hoje o Tribunal Penal Internacional como "ilegítimo" e "perigoso" e ameaçou aplicar sanções contra juízes que decidam investigar os EUA ou Israel e tomar medidas para restringir o poder deste órgão.."Os Estados Unidos usarão qualquer meio necessário para proteger os nossos cidadãos e os dos nossos aliados de serem acusados injustamente por este tribunal ilegítimo. Não vamos cooperar com o TPI", disse, no seu primeiro discurso formal desde que chegou ao cargo, em abril passado..Os Estados Unidos, acrescentou Bolton, "proibirão a entrada de juízes e procuradores" no território nacional.."Sancionaremos os seus fundos no sistema financeiro dos Estados Unidos e iremos acusá-los no sistema criminal norte-americano. Faremos o mesmo com qualquer empresa ou Estado que coopere numa investigação do TPI contra norte-americanos", declarou o conselheiro de segurança, intervindo perante a Federalist Society, uma organização conservadora de Washington. .Neste ataque sem precedentes contra esta instância, responsável por julgar crimes de guerra e contra a humanidade -- a que os EUA não pertencem -, o assessor do Presidente norte-americano, Donald Trump, condenou a possibilidade de uma investigação do TPI contra militares, "patriotas norte-americanos", que serviram no Afeganistão..Em novembro de 2017, a procuradora-chefe do TPI, Fatou Bensouda, anunciou que iria pedir a abertura de um inquérito sobre alegados crimes de guerra cometidos no âmbito do conflito afegão, nomeadamente pelo exército norte-americano.