24 janeiro 2019 às 18h25

Lusodescendentes preparam campanha de promoção da língua portuguesa em França

Quase 200 lusodescendentes, portugueses e franceses vão reunir-se este fim-de-semana para preparar uma estratégia de promoção da aprendizagem da língua portuguesa em França, uma iniciativa considerada "crucial" pela embaixada portuguesa.

Lusa

A reunião dos 'Estados Gerais da Lusodescendência' ('États Generaux de la Lusodescendance', em francês) vai acontecer este sábado e domingo na Casa de Portugal, em Paris, coordenada pela associação Cap Magellan.

Juntando cerca de 150 estruturas associativas, empresários, estudantes e professores, entre lusodescendentes, portugueses e franceses, esta reunião será integralmente dedicada à promoção da língua portuguesa.

O embaixador português em Paris, Jorge Torres Pereira, considerou, num comunicado enviado à Lusa, que a segunda edição deste encontro debruça-se sobre um tema "crucial para o desenvolvimento sustentado da relação bilateral" Portugal-França: "a mobilização de esforços para que a língua portuguesa ganhe efectivamente a 'batalha do paradigma', e deixe de ser vista como uma língua de uma comunidade - 'une langue d'immigration' ['uma língua de imigração'] - assumindo o seu lugar natural entre as 'deuxièmes' [segundas] ou 'troisièmes langues' [terceiras línguas] a serem aprendidas pelas crianças e jovens em França".

Tal como o diplomata, outras figuras da comunidade, mas também do ensino em França, marcarão presença neste encontro. Christophe Chaillot, responsável pela cooperação educativa do Instituto Francês e Sophie Sellier, diretora de comunicação do mesmo instituto, vão partilhar a experiência da francofonia no mundo, assim como Anne-Dominique Valieres, inspectora geral da Educação Nacional, participará nos trabalhos.

Para a organização do evento, o português está "muito aquém" das suas possibilidades, atrás do espanhol, alemão e até italiano, sendo assim necessário dar ferramentas às associações e aos lusodescendentes para promoverem a aprendizagem da língua de Camões.

"Escolhemos o eixo da língua portuguesa porque há muito trabalho a fazer e quando comparamos o português com o espanhol, o alemão ou o italiano, está aquém das suas possibilidades em termos de ensino. Vamos tentar construir uma verdadeira campanha para a promoção da língua portuguesa para convencer os decisores locais a abrir novas turmas de português", disse Anna Martins, presidente da Cap Magellan, em declarações à Lusa.

A iniciativa vai ainda contar com a participação no domingo do eurodeputado Carlos Zorrinho, que falará sobre educação e inovação, e com a apresentação do projeto Portugal Maior, do músico João Gil.

Tópicos: internacional