Falando à agência Lusa a propósito do 25.º aniversário da companhia, o presidente executivo e um dos fundadores, Paulo Veiga, explicou que a empresa sediada em Palmela "sempre foi muito sólida" em todas as fases pelas quais passou, registando crescimentos médios anuais de 4%..Segue-se agora uma nova etapa, de adaptação ao mercado, perante a menor utilização de documentos em papel: "Nós este ano temos um objetivo, que é reposicionar, em termos estratégicos, a empresa", avançou..Criada em 1993 por três colegas de universidade, entre os quais Paulo Veiga, a EAD dedica-se à gestão documental, tendo, ao longo destes 25 anos, trabalhado com 1,6 milhões de contentores de arquivos..Em 2005, começou a atuar na área da desmaterialização e já digitalizou, nestes anos, 200 milhões de documentos..Entre 2005 e 2014, a EAD fez parte do grupo CTT, que chegou a representar 51% do capital social, mas esta participação foi depois comprada pelos sócios fundadores..O objetivo era desenvolver a empresa, razão pela qual, entre 2014 e 2016, foram investidos 1,5 milhões de euros em instalações e equipamentos..Mais recentemente, no ano passado, a EAD comprou a tecnológica Fin-Prisma por um milhão de euros.."O nosso desafio agora é ajudar os nossos clientes a tratar os documentos nano digitais, que são documentos que já nascem digitalmente e nunca passaram pelo suporte em papel, e a desmaterializar aqueles que, por lei, ainda têm de ter em papel", precisou Paulo Veiga..A EAD pretende assim, apostar em "operações de transformação digital, fazendo com que eles [as empresas a quem prestam serviço] melhorem a sua experiência com os 'stakeholders', com seus clientes, com os seus colaboradores e com os seus parceiros de negócio".."Nós queremos que os nossos clientes obtenham conhecimento e, para isso, têm de ter a melhor informação, a mais assertiva, o mais rapidamente possível", vincou o responsável..Com presença em todo o país, incluindo Açores e Madeira, a EAD tem mais de mil clientes em carteira e 137 colaboradores, detendo ainda cerca de 34 mil metros quadrados de área coberta e 800 mil contentores com documentação..Após ter fechado o ano de 2017 com vendas de 5,3 milhões de euros e um resultado líquido de 286 mil euros, a companhia prevê que, este ano, a faturação seja superior a seis milhões de euros e que os lucros rondem um milhão de euros. .A atingir os números esperados este ano, serão "o máximo" já arrecadado pela EAD em faturação, de acordo com Paulo Veiga..Para 2019, se for "um ano normal", o crescimento deverá ser entre os 5% e os 6%..Ainda assim, Paulo Veiga não gostaria que assim fosse, visto que seria sinal de que tinha conseguido atingir uma meta para a qual trabalha há três anos, a da internacionalização..A EAD está a tentar entrar na Polónia e na Roménia, países nos quais pretende adquirir participações em empresas do setor, num investimento entre 500 mil e um milhão de euros..O grupo quer também investir entre 20 mil a 30 mil euros em equipamentos digitais..Segundo Paulo Veiga, a companhia "vai ser sempre necessária" no mercado, mesmo com a evolução do setor, "desde logo porque as empresas estão muito otimizadas com os seus recursos e não podem ter pessoas a realizar tarefas acessórias e de pouco valor acrescentado, mas também porque ninguém gosta de fazer arquivo".