Nascida em Lisboa, em 1934, Helena Almeida terminou o curso de pintura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1955, tendo estudado também em Paris, e expôs individualmente pela primeira vez em 1967, na Galeria Buchholz, em Lisboa. .Embora a sua obra tenha passado pelo desenho, a pintura, a escultura e a performance, foi na fotografia que centrou o corpo do seu trabalho, fascinada, a partir do final dos anos 1960, pela conjugação daqueles suportes com a representação do próprio corpo, criando uma obra que se destacou pela originalidade e pelo pioneirismo..Experimentou o uso da pintura, do desenho em conjugação com a fotografia, criando obras marcantes como as "Pinturas habitadas" (1975-1977) ou "Dentro de mim" (2001)..As fotografias de Helena Almeida foram sempre registadas pelo marido, o arquiteto e escultor Artur Rosa, também nascido em Lisboa, em 1926..Na obra de Helena Almeida, a primeira vez que surge a imagem do casal é em 1979, na obra "Ouve-me", uma sequência de oito fotografias a preto e branco, ao modo de um 'storyboard', em que o rosto dos dois artistas surge frente a frente. .A partir de 2006, o casal começa a surgir representado de um modo mais permanente..A artista representou Portugal na Bienal de Veneza por duas ocasiões: em 1982 e em 2005, e na Bienal de São Paulo, em 1979, e em 2004, participou na Bienal de Sidney..Nos últimos anos, a sua obra tem sido exibida no âmbito de exposições individuais e coletivas em museus e galerias nacionais e internacionais..Em 2015, inaugurou uma exposição individual itinerante, que reunia peças de mais de 40 anos de trabalho, que teve origem na Fundação de Serralves (2015), sob o título "A minha obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra"..A mostra foi depois apresentada em Paris, no Museu Jeu de Paume, e em Bruxelas, no Wiels - Centro de Arte Contemporânea da capital belga, em 2016, seguindo depois para Valência (2017), sob o título "Corpus"..A exposição marcava o regresso de Helena Almeida a Serralves, depois de "Helena Almeida: Dramatis Persona: Variações e fuga sobre um corpo", apresentada ainda na Casa de Serralves, na temporada de 1995/1996..No ano passado, apresentou igualmente a exposição individual "Work is never finished" no Art Institute, em Chicago. .Ao longo deste ano, a artista portuguesa está em destaque, com fotografia e desenho, na Tate Modern, em Londres, num espaço focado na relação entre o indivíduo e a obra da arte..A mostra reúne a peça em fotografia "Tela Habitada" e a série "Desenho (com pigmento)", de acordo com a Galeria Filomena Soares, em Lisboa, que representa Helena Almeida..A nível internacional, Helena Almeida é também considerada uma das mais conceituadas artistas portuguesas. .Obteve vários prémios, entre eles o 1.º Prémio de Desenho, Coimbra (1969), o Prémio da 11.ª Bienal de Tóquio, o Prémio da Bienal de Vila Nova de Cerveira (1984), Prémio da Fundação Calouste Gulbenkian (1984), Prémio BESphoto 2004 e o Prémio AICA 2004. .Em 2013, apresentou uma das maiores exposições individuais no BES Arte & Finança, em Lisboa, sob o título "Andar, abraçar", com obras inéditas e algumas nunca apresentadas em Portugal, com curadoria de Delfim Sardo. .Uma retrospetiva da sua obra foi feita em 2004, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, sob o título "Pés no chão, cabeça no céu"..A exposição "Do Tirar Pelo Natural - Inquérito ao Retrato Português", patente no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, abre exatamente com uma obra de Helena Almeida, disposta a toda a largura do átrio de acesso, com a sombra da artista em movimento constante: "Ouve-me".